O governo estuda um critério para o reajuste do Bolsa Família, que será estabelecido em lei, segundo Paulo Bernardo, ministro do Planejamento. Sem fórmula definida, o tema já é de conhecimento da presidente eleita, Dilma Rousseff.

“A preferência para um critério estabelecido em lei é para evitar, por exemplo, o que aconteceu antes, quando aumentamos [o valor da bolsa] e disseram que era para ganhar eleições municipais”, explicou o ministro.

Para Bernardo, atrelar o reajuste do Programa Bolsa Família a algum índice ou critério pré-estabelecidos não significa voltar a indexar a economia. Ele lembrou que o governo já tem um critério específico para o reajuste do salário mínimo, que é a soma da inflação do ano anterior mais o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) dos dois anos anteriores.

No caso do Bolsa Família, segundo o ministro, um índice de preços poderia ser adotado para a correção, como o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

Ele recebeu hoje o relator do Orçamento da União de 2011, senador Gim Argello (PTB-DF). O parlamentar manifestou sua preocupação com as emendas de parlamentares, que, segundo ele, se fossem acatadas elevariam as despesas em mais de R$ 30 bilhões.

Bernardo estimou que o governo poderá dobrar os investimentos na economia em quatro ou cinco anos, se os gastos correntes forem menores do que o crescimento do PIB. “Acho impossível cortar gastos correntes. Mas se a gente contiver o crescimento dos gastos correntes e adotar critério para que isso seja mantido, acho possível”, disse.