O governo não tem “recursos disponíveis” para comprar caças em 2011, afirmou nesta segunda-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao comentar o concurso para a compra de aviões de combate no qual concorrem companhias de Estados Unidos, França e Suécia.

“Não temos recursos disponíveis este ano para a compra de caças, não temos espaço fiscal”, disse Mantega, em entrevista coletiva na qual explicou a decisão do governo de cortar o orçamento nacional de 2011. O corte foi anunciado no início de fevereiro e totaliza R$ 50 bilhões do orçamento anual, que tinha sido fixado em R$ 2,07 trilhões.

O orçamento da Defesa para este ano era de R$ 15 bilhões, mas, com os cortes determinados pelo governo, ficará em R$ 11 bilhões, o que obrigará a revisão de todas as compras de equipamentos militar, inclusive as dos caças.

A licitação que Mantega citou se refere à compra de 36 caças-bombardeiros, na qual concorrem os aviões Rafale, da empresa francesa Dassault; os Super Hornet F/A-18, da americana Boeing; e os Gripen NG, da sueca Saab.

Na entrevista coletiva, o ministro reiterou que a previsão do governo é que a economia cresça 5% este ano, taxa que considerou razoável e apropriada para evitar riscos de reaquecimento. O ministro afirmou que o crescimento em 2010 se situou em 7,5%, mas ressaltou que essa percentagem só será ratificada na próxima sexta-feira, quando será divulgado o dado oficial. Segundo Mantega, essa taxa representa uma aceleração excessiva para a economia.

Ele reiterou que os cortes orçamentários não representam uma mudança nas políticas aplicadas nos últimos anos e lembrou que o Estado deu um forte impulso à economia desde 2008, com a intenção de reduzir os efeitos da crise financeira global. No entanto, ressaltou que os efeitos da crise já foram controlados no Brasil.

Fonte: Terra