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O pessimismo tomou conta do mercado financeiro na abertura desta semana. De olho principalmente na piora da situação econômica externa, investidores fugiram de ativos de maior risco, caso das bolsas e das commodities.

No Brasil, o mercado acionário não conseguiu escapar do movimento vendedor e sofreu forte depreciação. Após oscilar entre 60.098 pontos e 61.501 pontos, o Ibovespa fechou os negócios com baixa de 2,10%, aos 60.223 pontos. Foi a maior queda diária desde 9 de fevereiro (-2,36%) e o menor patamar desde 26 de maio de 2010 (60.190 pontos).

O giro financeiro do dia atingiu R$ 5,172 bilhões. Com a trajetória desta segunda-feira, o Ibovespa marcou a quinta desvalorização seguida, período em que acumulou perda de 5,7%. Tal sequência negativa não era vista desde o intervalo entre 8 e 14 de abril, quando o índice caiu 4,2% também em cinco sessões. No ano, o Ibovespa já acumula queda de 13,1%.

Na Europa, as bolsas também caíram, com o temor por parte de investidores de que a Itália não consiga cumprir compromissos com seus credores. Em Milão, a bolsa caiu 3,96%, enquanto o índice DAX, de Frankfurt, recuou 2,33%.

O motivo do temor é a alta dívida pública italiana, equivalente a 120% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Entre os países da zona do euro, este percentual só menor que o da Grécia, cujo endividamento atinge 150% da riqueza nacional.

O assunto chegou a ser tratado na reunião de emergência dos chefes de Estado e de governo dos países da zona do euro, convocada nesta segunda-feira em Bruxelas pelo presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.

A Itália, terceira maior economia da zona do euro (atrás apenas de Alemanha e França), tem honrado seus compromissos, mas o temor de contágio da crise grega derrubou a bolsa de Milão na última sexta-feira. As empresas com maior perda foram justamente os bancos credores do governo.

Gol

As ações da empresa de aviação fecharam na segunda principal baixa do Ibovespa, com -5,16%. No final do dia, chegaram a liderar as maiores perdas. Analistas não gostaram da compra da Webjet. De acordo com alguns operadores de bolsa, a frota da companhia adquirida é antiga e precisa ser renovada. Para fazer isso, a empresa precisaria emitir dívida, o que descartou em conferências com a imprensa e analistas. Agora, especialistas esperam um aumento de capital, o que pode diluir participação de acionistas.