O dólar ficou mais caro pelo segundo dia no mercado de câmbio doméstico, ainda sofrendo do susto dos agentes financeiros com a munição pesada utilizada pelas autoridades econômicas. Até a terça-feira, muitos profissionais do setor financeiro já miravam R$ 1,50 como o mais provável “piso” para o câmbio. Hoje, alguns especialistas já contemplam o retorno para R$ 1,58 ou R$ 1,60.

A verdade é que os agentes financeiros ainda avaliam os efeitos das medidas anunciadas ontem pelo governo para conter a queda livre das taxas, embora já existam alguns consensos: efetivamente, o governo aumentou seu poder de intervenção nos negócios; as novas regras tendem a inibir a especulação com a moeda; e devem encarecer algumas operações para exportadores.

O ministro Guido Mantega (Fazenda) já acenou com mais “artilharia”: em entrevista à Globonews, adiantou que o governo pode elevar a alíquota do IOF (imposto sobre operações financeiras), que vai incidir sobre os derivativos, caso julgue que os níveis atuais sejam inócuos para conter a queda livre do câmbio. “Se 1% for pouco (…) a gente aumenta. O limite é 25%”, afirmou. (Folha)