Deu no Diário do Nordeste

Um dia após o governo anunciar medidas de incentivo à economia, lojistas e concessionários de veículos estavam animados com a novidade. Mas compras e negócios mesmo eram poucos. O teste para a eficácia das ações será hoje – primeiro sábado do mês e com os trabalhadores com dinheiro na mão da primeira parcela (de duas) do 13º salário.

Para produtos da linha branca, a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) foi de 10 pontos para lava-roupas e 5 pontos para geladeiras. Fogões e tanquinhos ficam isentos até março de 2012, quando vence a medida do governo.

Para estimular a venda de veículos, o governo reduziu meio ponto percentual sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) – de 3% para 2,5%. O imposto incide sobre os financiamentos dos carros, que no Brasil correspondem a 60% das vendas. ” É um argumento a mais para o vendedor abordar o cliente. A verdade é que as vendas do varejo vinham desacelerando e essas medidas podem dar um fôlego pontual para o Natal”, disse Cesar Felizoni, coordenador do Provar.

O presidente do Sincodiv (sindicato dos concessionários e distribuidores de São Paulo), Octavio Leite Vallejo, afirmou que o governo “se adiantou às possibilidades de queda ou estagnação do segmento que mais emprega”. No Estado de São Paulo são 2.112 revendas de veículos autorizadas pelas montadoras. Só na cidade de São Paulo são 559 lojas. “Ainda não sentimos aumento nas procuras e nas vendas com a redução do IOF. Mas isso vai acontecer aos poucos”, disse Vallejo.

“A redução do IOF é, por si só, mais eficaz que a redução de juros e suficiente para manter a procura por veículos a níveis adequados”, disse o presidente da Fenabrave (federação brasileira da distribuição de veículos), Sérgio Reze.

Dados divulgados ontem pela federação apontam que, até novembro, a venda de automóveis e comerciais leves cresceu 4,34% no ano. “Esperamos crescer 0,5% acima do PIB”, declarou. Ao todo, foram 3,096 milhões de unidades emplacadas no período.