A Record resolveu responder as críticas feitas por Marcelo Campos Pinto, executivo da Globo Esportes, ao UOL Esporte. Em uma resposta por e-mail, Honorilton Gonçalves, vice-presidente de programação e homem-forte da emissora, chamou a postura da rival de arrogante e fez críticas à maneira como os direitos de transmissão das Copas do Mundo de 2018 e 2022 foram negociados.

“O que os diretores da Globo não entendem, ou não querem entender, é que o telespectador é o grande responsável por estas novas escolhas. Arrogância típica de quem não tolera concorrência, como aconteceu nesta semana nas sombrias negociações pelos direitos das Copas de 2018 e 2022”, disse Honorilton.

Na terça, a Globo, que já detém os direitos do Mundial de 2014, no Brasil, anunciou que ganhou os contratos de 2018 e 2022 sem licitação. A opção da Fifa por não abrir concorrência, segundo Marcelo Campos Pinto, se deve a uma suposta diferença de qualidade entre as duas emissoras.

“A Globo está mil anos-luz à frente da Record. Quando eles comparam o Pan da Record com um Pan e uma Olimpíada da Globo, não tem comparação. Foi o que eles disseram”, disse o executivo à reportagem.

Honorilton rebate veementemente a suposta diferença. Diz que a Record diminuiu de 15 para 7 pontos de audiência a média a distância para a Globo na Grande São Paulo. O chefão da emissora paulista ainda aponta que a rival perdeu, segundo dados apresentados por ele, um em cada três telespectadores em jogos da seleção brasileira entre 2002 e 2010.

Por último, Honorilton defende a transmissão do Pan de Guadalajara, a primeira esportiva de grande porte na nova fase da Record, criticada por Campos Pinto. “Ano passado, em Guadalajara, a Record exibiu 140 horas de eventos da segunda mais importante competição olímpica mundial. E, apesar das dificuldades enfrentadas com a qualidade do sinal internacional de transmissão, liderou a audiência em vários jogos, competições e em diversas capitais brasileiras”, disse o executivo.

A briga entre Record e Globo promete se estender. Logo após o anúncio da extensão do acordo da rival com a Fifa, a emissora paulista ameaçou ir à Justiça para protestar contra a ausência de uma licitação. Em resposta por e-mail ao UOL Esporte, a entidade-mor do futebol mundial admitiu ter negociado com a Record, mas diz ter fechado com a Globo pela parceria já existente para a Copa de 2014.