Campanha da Voz realiza mais de 600 atendimentos no RN

Uma semana inteira de orientações sobre os cuidados com a voz em cinco cidades do estado e mais de 600 exames de triagem vocal realizados. Esse foi o balanço da 14° Campanha Nacional da Voz no Rio Grande do Norte, que do dia 16 a 20 de abril, percorreu as cidades de Natal, Mossóro, Apodi, Pau dos Ferros e Caicó, com ações voltadas para a saúde de uma das categorias profissionais que mais sofre com problemas ocasionados pelo uso inadequado da voz: o professor.

“Com as ações voltadas para um público específico foi possível a realização de um trabalho mais direcionado focado no dia a dia das pessoas. A falta de informação e de acesso ao especialista, unida à extensa rotina de trabalho, ainda são algumas das principais causas do mau uso e abuso vocal em sala de aula, e cerca de 80% dos pacientes atendidos apresentaram alterações, como rouquidão e cansaço vocal”, destaca a fonoaudióloga Aline Suliane Pereira.

 Promovida pela Secretaria Estadual da Educação e da Cultura (SEEC) e Escola de Governo, com apoio da Academia Brasileira de Laringologia e Voz (ABLV) e Associação Brasileira de Otorrinolaringologia (ABORL- CCF), a mobilização contou com o trabalho de uma equipe multidisciplinar de otorrinolaringologistas, fonoaudiólogas, assistente social e pedagogas, para a montagem de uma estrutura que pudesse atender às demandas dos profissionais da área de educação do RN, através de exposições dialogadas, exames computadorizados com avaliação acústica da voz e encaminhamentos para tratamentos especializados.

“Para os resultados obtidos, contamos com o apoio essencial das diretorias regionais de educação de cada cidade visitada. E acreditamos que o objetivo principal da iniciativa, que é o de alertar, prevenir e acompanhar os casos de alterações da voz, como também alertar a população sobre os riscos e causas do câncer de laringe, foi atingido e será um passo inicial para a realização de cada vez mais ações dirigidas à saúde vocal do professor nas escolas do estado”, afirma o otorrinolaringologista Pedro Cavalcanti, coordenador estadual da Campanha Nacional da Voz.

 Professora há mais de 18 anos, Helena Maria Coelho, diz que não perdeu um só detalhe das observações passadas pelos especialistas durante as palestras e a etapa de exames. “Estou há muito tempo em sala de aula e sei bem como é chegar ao final da semana sem voz e com a garganta doendo, porque passava o dia falando alto para chamar atenção dos alunos, e muita coisa que foi falada aqui eu não sabia. Faz uns seis meses que participei de um evento de fonoaudiologia e também aproveitei para tirar muitas dúvidas, mas os professores precisam de assistência e também projetos permanentes de saúde vocal”, destaca a educadora.