Governo prepara campanha para estimular adoção de crianças e adolescentes

 

Na última quinta-feira (7), durante o 17° Encontro Nacional de Apoio à Adoção, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, anunciou que o Governo está preparando uma campanha nacional para estimular a adoção de crianças e adolescentes. A líder do PSB, deputada federal Sandra Rosado (RN), elogiou a iniciativa, mas ponderou que isolada de outras ações a medida não trará muitos resultados.

“Fiquei muito feliz com o anúncio. A fila de espera para adoção tem mais de 28 mil pessoas, enquanto somente 5 mil crianças estão aptas para adoção. Precisamos equacionar estes números”, declarou a parlamentar.

Sandra Rosado aponta que a iniciativa deve vir acompanhada de outras ações. Para ela, um grave problema que a campanha não resolveria, por exemplo, é o alto número de crianças e adolescentes que vivem em abrigos no Brasil, 40 mil no total. “São crianças que esperam algum encaminhamento da Justiça, como o a destituição do poder familiar. Temos que agilizar as ações judiciais, dar mais celeridade aos processos e diminuir a burocracia”, descreve.

No início de maio, Sandra Rosado sugeriu ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a realização de um mutirão nacional de adoção. A ideia é envolver os profissionais que atuam na área, criando uma equipe de multiprofissionais com participação da Justiça da Infância e da Juventude, do Ministério Público e da Defensoria Pública. “Com o mutirão aqueles que já estão aptos para a adoção poderão vislumbrar o sonho de ter uma família, de ser cuidado e amado”, afirmou.

A sugestão da parlamentar vai de encontro a fala do ministro Gilberto Carvalho no evento. “Temos que buscar simplificar os procedimentos e dotar as varas da Infância e todo o processo [para adoção] de gente com qualificação suficiente. Fiquei três anos na fila da adoção, há gente que fica cinco anos, seis anos e há tantas crianças que precisam ser adotadas”, disse o ministro, pai de duas filhas adotivas.

Para Carvalho, uma parceria entre os Três Poderes diminuiria o tempo de espera. “O Executivo e o Judiciário, sempre com o apoio do Legislativo, podem ajudar a resolver essa questão e acelerar esse processo. O que é feito hoje em três anos, quatro anos, pode perfeitamente ser realizado em um ano, sem que se rompam os procedimentos necessários, porque a adoção é cercada de cuidados.”