Das Agências de Notícias:

Os líderes de Argentina, Brasil e Uruguai anunciaram nesta sexta-feira, em Mendoza, a adesão da Venezuela como membro pleno do bloco. A decisão se deu à revelia do Paraguai, suspenso do grupo após o polêmico impeachment do ex-presidente Fernando Lugo. O país era o único integrante do bloco que ainda não havia ratificado a adesão venezuelana.

‘Anunciamos a adesão da Republica da Venezuela como membro pleno do Mercosul em uma reunião (extraordinária) no dia 31 de julho no Rio de Janeiro’, disse a presidente Cristina Kirchner, da Argentina.

Ao discursar, a presidente Dilma Rousseff disse esperar ‘que a Venezuela formalize a adesão buscada com esforço’. Em menção indireta ao Paraguai, Dilma disse que o Mercosul tem ‘o compromisso democrático’ e rejeita ‘ritos sumários’, em uma referencia ao rápido impeachment de Lugo.

Segundo Dilma, o Mercosul está aberto para a adesão de novos sócios plenos do bloco.

Em Caracas, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, comemorou a decisão e afirmou que o ingresso do país no Mercosul, após sete anos de espera, representa ‘uma derrota para o imperialismo americano e as burguesias lacaias da região’.

A Venezuela fez seu pedido formal de adesão ao bloco em 2005. O pedido foi analisado pelos Congressos dos quatro países membros

A Unasul está sob a presidência paraguaia mas, segundo ele, o destino da participação do país no grupo também será definida com a ausência paraguaia.

Sanções

No discurso, Cristina disse que a decisão do Mercosul é a de não aplicar sanções econômicas ao Paraguai porque ‘elas nunca são pagas pelos governos, mas pelos povos’. A única sanção será a suspensão do país nas reuniões do bloco, o que significa o isolamento paraguaio na região.

Entre os presidentes que participam das reuniões estão, além de Dilma e de Cristina, José Mujica, do Uruguai, Ollanta Humala, do Peru, Evo Morales, da Bolívia, Rafael Correa, do Equador, e Sebastián Piñera, do Chile. Ao contrário do esperado, Hugo Chávez, da Venezuela, não compareceu e está sendo representado por seu ministro das Relações Exteriores, Nicolas Maduro.