A Bolsa de Nova York não fechava por causa de mau tempo há 27 anos, quando o Furacão Glória avançou na costa leste dos Estados Unidos. Agora, com mais de 60 milhões de americanos propensos a sofrer os impactos do Furacão Sandy, que foi rebaixado para ciclone nesta terça-feira, 30, operar na bolsa só será possível na quarta-feira, nas expectativas mais otimistas. O impacto econômico deste furacão poderá exceder U$ 10 bilhões ao dia, de acordo com o grupo de TV americano CNBC. O Furacão Irene, que passou por diversos estados americanos em 2011, incluindo Nova York, deixou um prejuízo estimado em U$ 20 bilhões durante os três dias.

Entre segunda-feira e terça-feira, mais de sete mil voos para a região nordeste do país já haviam sido cancelados de acordo com a FlightAware, empresa americana que monitora o setor. De metrô ou ônibus também não dá para se locomover em Nova York ou New Jersey, já que o sistema de transporte público também foi interrompido.

 

Quase 300 mil propriedades residenciais avaliadas em quase U$ 88 bilhões estão em risco com a passagem do fenômeno climático pelos EUA, de acordo com o jornal britânico Financial Times. Nova York é o estado com o maior número de residências em risco: 81 mil.

No mercado financeiro também houve paralisação. Bilhões de dólares em novos negócios estão sendo adiados para os próximos dias e a Associação de Valores Mobiliários e Mercados Financeiros recomendou a interrupção das negociações de renda fixa. Os bancos ligados ao lançamento de novos títulos esperavam vender US$ 300 bilhões de bônus nesta semana, na medida em que as empresas buscam concluir seus negócios antes da eleição presidencial de 6 de novembro. Mas nenhum negócio deve ser precificado na segunda ou terça-feira.

AQUECIMENTO GLOBAL

O governador do Estado de Nova York, Andrew Cuomo, qualificou as consequências da passagem da tempestade Sandy como “catastróficas” e associou o episódio com o fenômeno do aquecimento global. A tempestade já matou 38 pessoas nos EUA e 67 no Caribe. “Não acho que palavras como catastrófico ou histórico sejam fortes demais para explicar o impacto [da tempestade], afirmou o governante durante entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (30). “Quem pensa que isso não reflete uma mudança dramática nos padrões climáticos está negando a realidade”, disse Cuomo. Na avaliação do governador, Nova York não possui infraestrutura suficiente para aguentar os efeitos de uma tempestade como a Sandy. “Temos uma nova realidade e infraestruturas antigas e sistemas velhos”, lamentou. “O que vi ontem à noite no centro de Manhattan e na costa sul de Long Island foi uma das piores situações já vistas.” Cuomo confirmou ao menos 15 mortes no Estado de Nova York e disse que o número deverá subir. Cerca de 2 milhões de famílias estão sem energia elétrica no Estado, a maior parte no município de Long Island. A expectativa do governador é que o Aeroporto Internacional John F. Kennedy seja reaberto hoje. Não há previsão de quando o Aeroporto de LaGuardia, que sofreu danos por conta da tempestade, será reaberto.

Fontes: Estadão/UOL