O brasileiro está mais feliz, segundo estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica aplicada (Ipea) e intitulado 2012: Desenvolvimento Inclusivo Sustentável? Em uma escala de 0 a 10, os brasileiros dão, em média, nota 7,1 para suas vidas. Esse nível colocaria o País em 16º lugar entre 147 países pesquisados no Gallup World Poll, que apontava uma felicidade média de 6,8 no Brasil em 2010. Para realizar o estudo o Ipea aplicou em outubro perguntas padronizadas de questionários internacionais em 3.800 domicílios.

A satisfação dos brasileiros detectada pela pesquisa, segundo informações do Ipea, pode encontrar motivos na queda da desigualdade e na renda do brasileiro que segue em alta. Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por exemplo, registra desemprego nos menores níveis da série iniciada em 2002 e rendas crescendo bem mais que o PIB per capita. A renda individual média da população de 15 a 60 anos de idade sobe 4,89% de 2011 para 2012, contra taxa média de 4,35% ao ano entre 2003 e 2012.

Já a desigualdade de renda domiciliar per capita cai em 2012, segundo a PME, a uma velocidade 40,5% maior que a observada de 2003 a 2011 na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), também do IBGE. As rendas que mais crescem são as dos mais pobres e as de grupos tradicionalmente excluídos, como mulheres, negros e analfabetos.

Com o bolso mais cheio, o brasileiro pode ter se sentido mais feliz. E, talvez sabe, o dinheiro traga mesmo a felicidade. A nota média de satisfação com a vida de quem recebe mais de 10 salários mínimos é 8,4, contra 6,5 de quem vive apenas com o mínimo e 3,7 dos sem renda.

Porém, nem tudo é dinheiro. Embora pobre, a região mais feliz do País é o Nordeste, com nota média de 7,38. Se fosse um país, o Nordeste estaria em 9º lugar no ranking global, entre a Finlândia e a Bélgica. As médias das demais regiões são 7,37 no Centro‐Oeste, 7,2 no Sul, 7,13 no Norte e 6,68 no Sudeste.