Encurralada, perdida mais do que cego em tiroteio, a presidente Dilma inventou o tal do plebiscito para tirar do papel a reforma política travada no Congresso. Com isso, na prática quer lavar as mãos e jogar a culpa nos senadores e deputados. O caminho dessa reforma não é torrando dinheiro em consulta popular.

Constroem-se com liderança, negociações e decisão política. Falta a Dilma liderança, capacidade de ir para linha de frente, selar um pacto com os partidos políticos em torno da temática. Proposta por proposta sobre reforma política existem de tulha no Congresso, para todos os gostos. Resta discutir o que é possível ser consensual.

E consenso pode se construir desde financiamento público de campanha até voto distrital. Para que consultar a população num plebiscito se chegaremos ao lugar comum de que a maioria quer? Este será o resultado lógico.

Mas Dilma não enxerga ou faz de conta, porque falta a ela liderança política. Como não tem e sua base no Congresso é mais debilitada ainda, resta o apelo ao plebiscito. Mas quanto vai custar essa consulta para um País que tem tantas e outras emergências?

Governo e Congresso vão passar agora muito mais tempo discutindo a inocuidade do plebiscito do que mesmo as grandes bandeiras que levaram milhares de manifestantes às ruas deste País, como saúde de qualidade, mais hospitais, médicos, mobilidade urbana.

E também gastos desnecessários com obras da Copa, educação de qualidade, políticas para evitar a volta da inflação, colocar mensaleiros na cadeia, enfim, tem muito mais prioridades sociais do que reforma política, que não sai nem com plebiscito sem plebiscito, porque não interessa aos partidos políticos com representação no Congresso.

Fonte: Blog do Magno Martins