Mais da metade das micro e pequenas empresas (MPE) do Rio Grande do Norte são comandas por empreendedores são considerados negros. De acordo com levamentamento realizado pelo SEBRAE com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domícilios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), 56,1% dos donos de pequenos negócios no estado são pretos ou pardos. Isso representa um universo de 203,7 mil empresários declarados afrodescendentes e equivale a 1,8% dos empreendedores negros do Brasil. No Rio Grande do Norte são 362,5 mil proprietários de empresas, dos quais os brancos somam 156,9 mil (43,3%) e os de outras raças totalizam 1.798 pessoas (5,5%).

Em termos regionais, a maior concentração de donos de negócio pretos e pardos está no Nordeste (41%), seguido do Sudeste (30%), Norte (15% ) e Centro-Oeste (8%). O Sul é a região com menor índice de empreendedores negros donos de empresas, apenas 6%. Os dados do estudo foram divulgados nesta segunda-feira (9) e mostram a a evolução dos negros no comando das empresas no país, nível de escolaridade, faturamento médio anual e setores onde a presença dos empresários pretos e pardos é mais predominante. Mas o estudo não traça essas análises em cada uma das Unidades da Federação, apenas verifica esses tópicos em nível regional e nacional.

Ainda é grande a defasagem do faturamento médio dos donos de negócio negros e brancos, mas em uma década o rendimento dos empreendimentos comandados por afrodescendentes cresceu 70%, ante 37% dos demais. Entre 2001 e 2011, o rendimento médio real desses negócios passou de R$ 612,00 para R$ 1.039,00 por mês, enquanto no grupo dos empresários da raça branca a expansão foi de R$ 1.477,00 para R$ 2.019,00 mensais.

Na análise do diretor superintendente do Sebrae no Rio Grande do Norte, José Ferreira de Melo Neto, esse levantamento aponta, apesar da desigualdade existente, para um cenário mais promissor para os negros que empreendem. “Vemos que houve avanços na melhoria da escolaridade e do rendimento médio. Isso dá novas perspectivas para os negros que empreendem no Brasil e também no Rio Grande do Norte, onde os empresários pretos e pardos são maioria”, ressalta o superintendente.