O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), vai formalizar nesta segunda-feira, 14, a escolha de Marina Silva como candidata a vice-presidente em sua chapa. A cerimônia, em Brasília, terá tom de noivado, com música erudita a cargo do pianista Arthur Moreira Lima.

Campos espera que a aliança lhe traga parte dos 19,6 milhões de votos que Marina teve na eleição de 2010, quando concorreu a presidente pelo PV. Até o momento, porém, não há sinal de transferência de votos – o candidato do PSB não subiu nas pesquisas desde que Marina lhe declarou apoio, em outubro de 2013, após fracassar na tentativa de criar um partido para voltar a concorrer à Presidência.

Segundo o Ibope, Eduardo Campos tinha 10% das intenções de votos em outubro e caiu para 7% em março deste ano. Ao avaliar as chances eleitorais da própria Marina, o instituto verificou um declínio ainda mais acentuado: 21% em outubro e 12% no mês passado.

 

Marina, porém, tem como trunfo o fato de se apresentar como proponente de uma “nova política”, alinhada às expectativas de renovação demonstradas pelas manifestações de rua do ano passado. Ela também é forte no eleitorado evangélico, parcela cada vez mais influente no panorama político.

 

Ao não conseguir as assinaturas necessárias para criar seu próprio partido, a Rede Sustentabilidade, Marina surpreendeu o mundo político ao se filiar ao PSB, em outubro do ano passado. Outros organizadores da Rede seguiram seus passos, mas nem por isso há alinhamento total entre o grupo e o PSB.

 

Apesar de não estar formalizada como partido, a Rede lançará candidatos abrigados em outras legendas e apoiará aliados em disputas estaduais. Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que, por enquanto, PSB e Rede só estão juntos em 13 unidades da Federação.

 

Nas outras 14, estão indefinidos em nove e separados em cinco. É o caso, por exemplo, do Acre, onde o PSB apoia a reeleição do governador Tião Viana (PT) e a Rede atua contra a aliança. É um exemplo extremo na separação política entre as duas agremiações, pois Tião Viana e seu irmão, o ex-governador e senador Jorge Viana, sempre foram ligados a Marina Silva. O Acre, que tem 0,3% do eleitorado do País, será um dos primeiros Estados a serem visitados por Campos e Marina depois do lançamento da pré-candidatura. Marina pretende apresentá-lo a familiares e amigos.

 

Fonte: Agência Estado