Produção de orgânicos transforma a realidade do semiárido potiguar

Na paisagem seca do Semiárido Nordestino, uma imagem, cada vez mais comum, chama a atenção. Faixas de terra circulares, onde o verde predomina, é o sinal de que já chegou ali a tecnologia social da Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS). Mas além de atrair olhares, a cor inconfundível que brota da terra em forma de hortaliças e leguminosas está transformando a vida de pequenos produtores rurais. A garantia de renda e melhoria na qualidade de vida obtidos por meio da produção de alimentos orgânicos apontam que o campo ainda é uma alternativa viável de oportunidade de negócios.

No Assentamento Lagoa de Xavier, a 25 quilômetros de Mossoró, a produção agroecológica, instalada no Estado por meio de parceria entre o Sebrae no Rio Grande do Norte e a Fundação Banco do Brasil, se tornou a principal fonte de renda para o produtor Francisco França. Apresentado ao projeto há cerca de sete anos, ele comemora os bons resultados e o crescimento da produção e do consumo de orgânicos na região.

Na área de aproximadamente um hectare, onde cultiva hortaliças como rúcula, alface, cebolinha, coentro, couve folha, pimentão, tomate cereja, cebola, beterraba e repolho, ele também aposta em frutas como goiaba, mamão e banana.

A maioria dos produtos é destinada à Feira Agroecológica de Mossoró, que acontece todos os sábados, no largo do Museu Municipal Lauro da Escóssia Rosado. Semanalmente França comercializa em média 15 quilos de tomate, 150 maços de coentro, 10 pacotes de cebola, além de outros produtos. O restante da produção é comercializado por meio de programas governamentais ligados à agricultura familiar.