Uma parcela crescente dos eleitores vem se posicionando contra a política. O aumento dos votos em branco e nulos e as abstenções têm esse ingrediente. Por isso, Eduardo Campos busca ser um estuário do voto de protesto. Esse sentimento elegeu Fernando Collor, em 1989, e favoreceu Marina Silva, em 2010. Campos quer esse eleitor e proclama: “os únicos que não vão governar com Renan, Sarney e Collor somos nós, eu e Marina”. Socialistas e marineiros avaliam que Eduardo Campos tem que vencer dois obstáculos. Um deles é a falta de militantes na rua para amarrar o voto. O outro é romper o sentimento de que a disputa é entre a presidente Dilma e Aécio Neves.

Os temores dos empresários são: o incremento de uma linha populista com a permanência da presidente Dilma no governo e a falta de capacidade de Eduardo Campos para administrar o país sem quadros e apoio no Congresso.

A presidente Dilma também não conseguiu atingir o desempenho de Eduardo Campos, na eleição passada. Ele fez para o governo de Pernambuco 82%, cerca de 20 pontos a mais que a presidente Dilma, que chegou a 61%. O descasamento ocorre porque o brasileiro vota em candidatos e não em partidos. (Ilimar Franco – O Globo)