Via Reuters

– O vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, disse ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o desembarque do partido do governo é “irreversível”, segundo uma fonte ligada ao vice, que também afirmou nesta segunda-feira que a decisão pelo rompimento será tomada por aclamação em reunião do diretório da legenda.

Segundo essa fonte, que falou sob condição de anonimato, a conversa entre Temer e Lula ocorreu no domingo no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e o vice disse durante o encontro que o clima de animosidade do PMDB com o governo se agravou com a nomeação pela presidente Dilma Rousseff do peemedebista Mauro Lopes para o Ministério da Aviação Civil.

A nomeação do ministro aconteceu depois de o PMDB decidir em convenção que os filiados do partido não deveriam assumir novos cargos no governo.A fonte disse ainda que foi fechado um acordo para que o rompimento fosse decidido por aclamação para evitar divisões dentro do PMDB e que Temer se reuniu com o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), para tratar do assunto.

Ainda de acordo com essa fonte, há a possibilidade de peemedebistas que comandam ministérios no governo Dilma não comparecerem ao encontro do diretório, que ocorre na tarde de terça-feira. Esse grupo tem resistido ao rompimento e se reuniu nesta manhã com Dilma.

Saída

Se não for unânime a decisão da executiva nacional do PMDB de romper com o governo, nesta terça (29), será por maioria acachapante. A avaliação é do vice-presidente do partido, senador Romero Jucá (RR), que presidirá a reunião e, ao iniciar os trabalhos, irá franquear a palavra. “Quero ver quem vai ter a coragem de defender Dilma”, diz ele, um dos primeiros no PMDB a defender o impeachment da presidente. A informação é do colunista Claudio Humberto, do Diário do Poder. O PMDB deverá romper e entregar os cargos por decisão de ao menos 70% dos votos. “Quem ficar não representará o partido”, diz Jucá.