O 1 de Maio, amanhã, Dia do Trabalhador, será transformado num ato em defesa da presidente Dilma e do que os seus aliados chamam de golpe o processo de impeachment em tramitação no Senado. Na manifestação, organizada pela Central Única dos Trabalhadores, a CUT, Dilma anunciará um pacote de “bondades” com a intenção de inviabilizar o mais que provável Governo Temer.

Entre as medidas previstas está a concessão de um porcentual de correção da tabela do Imposto de Renda, para compensar a inflação acumulada. O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, que ontem fez a defesa do Governo na Comissão Especial do Impeachment no Senado, já antecipou que não há recursos para isso. Mas Dilma pediu para Barbosa se debruçar sobre os números.

A presidente pretende anunciar também o reajuste dos benefícios do programa Bolsa Família. Embora o índice ainda não esteja fechado, auxiliares da petista dizem que que o aumento será na faixa de 5%. Com o rombo nas contas públicas, o porcentual, porém, não vai ser linear. Haverá escalonamento por faixa de beneficiários, com prioridade para os mais pobres. A margem do Orçamento para o reajuste é de R$ 1 bilhão. O Bolsa Famílias, é o novo capítulo da guerra entre Dilma e o vice-presidente Michel Temer, que já está montando o seu Ministério. Na contraofensiva aos rumores de que acabará com os programas sociais, Temer avisou que a plataforma do PMDB vai aprimorar as principais vitrines do Governo petista. A meta é elevar o padrão de vida dos 5% mais pobres, que correspondem a 10 milhões de pessoas, com reajustes diferentes para os vários grupos que recebem o benefício.

Diante dos planos de Temer, Dilma deixou de lado as ponderações da equipe econômica de que seria melhor aguardar a revisão da meta de superávit para anunciar o reajuste e pediu aos auxiliares que refizessem as contas e encontrassem uma saída para a concessão do aumento. No 1º de Maio, é possível que Dilma faça um pronunciamento pelas redes sociais, nos mesmos moldes do que fez às vésperas da votação do impeachment pela Câmara dos Deputados. A dúvida, porém, é como ela tratará da questão do emprego, que está em queda, justamente no Dia do Trabalho. Apesar do desânimo do Planalto, Dilma programou uma agenda frenética para ser cumprida até 11 de maio, quando o relatório pela admissibilidade do impeachment será aprovado no plenário do Senado, obrigando-a a se afastar do Governo por 180 dias para responder o processo.

Fonte: Blog do Magno