O ex-líder do governo no Senado Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) pretende comparecer na próxima segunda-feira à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e se defender pessoalmente das acusações de que teria atuado para atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. A CCJ se reuniu na manhã desta quinta para votar o parecer que confirma a constitucionalidade do processo que deve levar o senador a perder o mandato, mas os parlamentares concordaram em adiar o final do processo mais uma vez para evitar que o caso possa ser anulado pela justiça.

Agora, a ideia de Delcídio é falar “sem limitações” sobre a atuação do ex-presidente Lula para comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. O entendimento do senador é o que de que, como o procurador-geral da República Rodrigo Janot já aditou a denúncia contra ele, incluindo o petista entre os passíveis de se tornar réu por obstrução à justiça, ele estaria liberado para contar detalhes de como Lula atuou para melar a Lava Jato e como o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) teria se beneficiado de propinas na Petrobras.

A sessão da CCJ está agendada para as 16 horas de segunda. Na terça, o Plenário do Senado deve votar a cassação do mandato de Delcídio. (Veja\Thiago Bronzatto e Laryssa Borges, de Brasília)