Veja\Por: Vera Magalhães

 

Nem bem Marco Aurelio Mello pediu urgência para levar ao plenário uma ação da Rede pedindo o afastamento de Eduardo Cunha, Teori Zavascki correu para entregar na frente uma liminar afastando o peemedebista não só do posto como do mandato de deputado. A liminar foi referendada por unanimidade por ministros visivelmente aliviados de tirar esse bode da sala, e preocupados em justificar duas coisas: que se tratava de uma decisão excepcionalíssima, ou seja, não vai virar rotina o Judiciário se meter no Legislativo.

E que o tempo da Justiça é diferente do da imprensa e da política, numa clara alusão ás cobranças. O efeito curioso do afastamento de Cunha, um clamor nacional, foi a reação dos petistas: depois de passarem meses berrando fora Cunha nas ruas e nas redes sociais, partidários de Dilma Rousseff não escondiam a chateação com a queda do malvado favorito.

Alguns diziam que o Supremo esperou Cunha aprovar o impeachment para só então julgá-lo. Outros lamentavam, vejam só, que o algoz de Dilma não poderá criar problemas para Michel Temer! As reações, ilógicas, mostram que a preocupação não era com os desmandos de Cunha, e sim em ter um anteparo para justificar o fica, Dilma.