Por ISTOÉ\Pedro Marcondes de Moura\AddThis Sharing Buttons

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já tem provas suficientes para garantir que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a sua sucessora, Dilma Rousseff, operaram para barrar as investigações da Operação Lava Jato. A quebra do sigilo fiscal de Maurício Bumlai, filho do compadre de Lula José Carlos Bumlai, e-mails do Instituto Lula e registros telefônicos comprovam o conteúdo da delação do ex-senador Delcídio do Amaral. Todos estes documentos foram encaminhados por Janot ao Supremo Tribunal Federal.

A papelada, segundo procuradores, prova que o ex-presidente foi o mentor da operação para tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Mostram também que o dinheiro entregue à família de Cerveró partiu das contas do filho de Bumlai e que os encontros com Lula narrados por Delcídio em sua delação, de fato, ocorreram. A robustez dos indícios colhidos coloca Lula mais próximo de ser condenado por obstrução à Justiça.

Em depoimentos, Delcídio do Amaral e seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira, disseram a integrantes da Lava Jato que o ex-presidente Lula temia que Nestor Cerveró pudesse, em troca de redução de pena, narrar fatos que o comprometessem ou incriminassem seu compadre José Carlos Bumlai nos desvios da Petrobras. A operação para comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras acabou frustrada após o filho de Cerveró entregar às autoridades áudios de uma reunião em que Delcídio oferecia até um plano de fuga cinematográfico ao exterior para o ex-diretor da estatal, preso desde janeiro de 2015.