Por Francisco Bendl

Surpreendentemente, se temos de chamar de excelência quem rouba estatais, fundos de pensão e o erário público, não se pode aceitar o rótulo de caloteiro a quem está endividado nos bancos e nas operadoras de cartão de crédito. Na verdade, cartões de crédito e bancos atualmente são exemplos clássicos de agiotagem, corroborados por uma Justiça porca, tendenciosa, suspeita, pois sequer leva em conta a Constituição Federal que jurou defender, ao determinar que o juro é 12% ao ano!!!!

Alegam que esse dispositivo constitucional precisa de regulamentação. No entanto, a Carta Magna existe desde 1988, portanto, lá se vão 28 anos que este Congresso venal, ladrão, corrupto e desonesto nada faz, porque protege seus interesses e seus patrocinadores, então o povo que vá chorar na cama, que é lugar quente.

Ao pagar juros abusivos no cartão de crédito e no cheque especial, o trabalhador está alimentando a agiotagem explícita e tirando da mesa o alimento de seus filhos. Se tem condições para pagar a fatura integral, muito bem, não haverá a cobrança de juros extorsivos no mês seguinte. Mas se pagar apenas a cota mínima, lascou-se!

TAXAS SUBINDO – Como já vem ocorrendo nos últimos meses, as taxas de juros do cheque especial continuaram subindo, chegando em junho à taxa média de 311,31% ao ano (12,51% ao mês). Já a taxa do rotativo do cartão de crédito apresentou alta ainda maior, passando de 452,38% em abril para 471,34% ao ano (ou 15,63% ao mês). Para se ter uma ideia do quão absurda esta taxa é alta, quem deixou de pagar R$ 10.000 da fatura para serem pagos apenas no mês seguinte, acabará arcando com R$ 1.563,11, só de juros!

A solução é não pagar nada, discutir um acordo com a operadora ou o banco ou entrar na justiça e ir depositando a importância mínima, de modo a mostrar seriedade ao juiz, porque no fim o acordo sempre será benéfico para o devedor.