Alunos exercitam solidariedade e entregam 400 quilos de alimentos a famílias carentes em Baraúna.

Para os estudantes do curso de Assistente de Operações de Controle e Manutenção Industrial, da Escola Formare Mizu, a lição do sábado passado foi sobre solidariedade e o aprendizado se deu fora de sala de aula. Na manhã do dia 21 eles realizaram a entrega de 400 quilos de alimentos, divididos para 22 famílias carentes que residem em Baraúna. Os mantimentos arrecadados durante uma gincana promovida pelo instrutor voluntário do curso, Regivânio Santana, contemplaram famílias como a de Maria Honorata, que vive no Sítio São Raimundo, zona rural do município. Na casa de taipa onde moram oito pessoas, a reciclagem é a fonte de renda da família e toda ajuda é bem-vinda. “É uma bênção”, disse após o recebimento dos gêneros alimentícios.

Na mesma comunidade rural, a ação contemplou Damião Júnior e a sua esposa, Jaqueline Alves. O casal tem dois filhos e está à espera do terceiro. A fonte de renda da família também é a venda de material reciclado. Com o trabalho, o casal fazia cerca de R$ 200,00 por mês, mas o valor foi reduzido porque, como a esposa está à espera do bebê, Damião Júnior tem trabalhado só. Ainda no Sítio São Raimundo, os alunos entregaram uma das cestas a Francisca de Lira, cuja realidade é semelhante. “Aqui sou eu e dois filhos, mas durante o dia eles vão ‘granjear’ aqui, ver se ganham um dia de trabalho”, disse Francisca.

 A família de Evânia Simara, que está grávida, também foi uma das contempladas. “Foi uma surpresa”, afirmou a dona de casa, que recebeu a doação das mãos do estudante Ítalo Mateus. Na casa de dona Maria de Lourdes, quem recebeu os donativos foi a sua filha, uma adolescente de 15 anos, que já é mãe. Segundo dona Maria de Lourdes, na residência de taipa vivem dez pessoas, a maior parte, crianças. Diante da realidade, qualquer momento é apropriado para ajudar. “Gostamos, não é? Chegou em boa hora”, disse ela que trabalha com reciclagem.

Já Maria Martins está vivendo na comunidade há pouco tempo. Sua família, composta por nove pessoas, faz parte de um movimento que luta para conquistar seu próprio pedaço de terra, mas a família ainda não é assentada e, como ela precisa de uma cirurgia, passou a morar na zona rural do município, para tentar melhorar o acesso aos serviços de saúde. Essas e as demais famílias contempladas receberam as doações após uma visita feita por Regivânio a áreas carentes de Baraúna. Segundo ele, a maioria das pessoas visitadas sobrevive da venda de material reciclado, coletado em um lixão existente em Baraúna, outras estão desempregadas e não possuem nenhuma fonte de renda.

Para a arrecadação dos donativos, o instrutor dividiu os 20 alunos da Escola Formare em quatro equipes – Alfa, Ômega, Delta e JAMNS. Além de arrecadarem os mantimentos, os estudantes participaram das visitas e da entrega dos alimentos. “Foi muito gratificante”, diz Michaelle Silva, da equipe Alfa.

Fonte: Assessoria