Por Carlos Chagas

Geraldo Alckmin movimentou mais uma peça no xadrez sucessório ao declarar, domingo, desejar ser candidato à presidência da República. Todo mundo já sabia, é claro, mas como o nome do prefeito João Dória Júnior passou a sensibilizar os setores mais conservadores do PSDB, entendeu o governador de garantir seus espaços.

Aguarda-se agora a réplica de Aécio Neves, mesmo em vias de ter seu nome relacionado com a lista da Odbrecht. Alckmin sabe das dificuldades em superar a vantagem do presidente do partido, pela própria função exercida, por isso não fecha as portas para uma futura mudança de legenda. Como essa hipótese só se viabilizará no primeiro semestre do ano que vem, há tempo de sobra.

Impossível negar que João Dória Júnior poderá superar a afirmação de apoiar a indicação de Geraldo Alckmin, caso as pesquisas, daqui por diante, favoreçam seu nome.O problema dessas evoluções no ninho tucano está na pouca projeção do PSDB na corrida sucessória. Onde, por exemplo, insere-se José Serra na equação? Renunciando ao ministério das Relações Exteriores, dias atrás, o senador paulista ficou menos engessado para curvar-se à hierarquia partidária. Também poderá mudar de partido para disputar o palácio do Planalto. O singular na história é que tanto Aécio quanto Alckmin e Serra são três derrotados em passadas eleições presidenciais.

Em suma, continuam as especulações, indicando que os três mosqueteiros agora são quatro, com a chegada de João Dória Júnior. Alexandre Dumas não faria melhor.