O PSDB rachou sobre sua permanência no governo de Michel Temer (PMDB). Se a sigla começou a quinta (18) com um pé e meio fora da gestão que apoiou desde o primeiro minuto, o fim do dia viu sua nova direção segurar os principais ministros do partido nos cargos.

Numa confusão que faz jus à fama de agremiação em cima do muro, o PSDB ainda espera uma avaliação mais precisa do áudio no qual Temer aparece numa conversa sobre obstrução à Justiça com Joesley Batista para definir sua posição final.

A divisão do partido se deu ao longo do dia. Grosso modo, a bancada tucana na Câmara, os chamados “cabeças pretas” por não terem ou disfarçarem cabelos grisalhos associados aos caciques, defendia a entrega de cargos, a defesa da renúncia de Temer e consequente eleição indireta para presidente.

A tese parecia vitoriosa ao longo do dia, até que Temer fez o pronunciamento em que foi enfático na defesa do que conversara com Joesley.

A divulgação do áudio selou a dúvida tucana: apesar de o presidente e o empresário estarem conversando sobre crimes, a anuência explícita do peemedebista a um cala-boca a ao ex-deputado Eduardo Cunha na cadeia não se configura cristalina.

Com isso, Tasso levou três de seus quatro ministros (Bruno Araújo, das Cidades, o chanceler Aloysio Nunes Ferreira e Antonio Imbassahy, da Secretaria-Geral) ao gabinete de Temer. Saíram convencidos a ficar, por ora, ainda que Temer vá ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal.

Fonte: Igor Gielow – Folha de S.Paulo