O prefeito de São Paulo, João Doria, e o governador do Estado, Geraldo Alckmin, foram as principais vozes do PSDB a defender a permanência do partido na base do governo durante reunião da executiva nesta segunda-feira (12), em Brasília.

Em um discurso que foi visto como um tom de “campanha” por alguns dos participantes, Doria criticou a divisão do partido: “Nosso inimigo é o PT”, disse. “Não podemos ter medo de defender, esta posição de coragem sempre foi uma marca do PSDB”, disse o prefeito, segundo presentes.

Ele criticou ainda a divisão do partido entre “cabeças pretas” e “cabeças brancas”, em relação ao racha entre os mais jovens, maiores defensores do desembarque, e os mais velhos, que vêm pregando a continuidade da aliança com o PMDB de Michel Temer. “Sem cabeças pretas ou brancas. Somos um só que une a experiência e a juventude, os jovens a precisam dos experientes e vice versa. O PSDB só tem uma cabeça”, disse o prefeito.

 

Alckmin afirmou que a legenda deveria permanecer no governo até a conclusão da pauta de reformas de Temer –trabalhista, previdenciária e política. Para o paulista, a manutenção do apoio do PSDB ao governo deveria estar associada à urgência dessa agenda.

O mesmo discurso foi seguido por Doria. “Nosso compromisso é com o Brasil, com a governabilidade. Nós temos quatro ministros cumprindo muito bem suas funções e representando dignamente o PSDB”. Doria e Alckmin dividiram protagonismo no encontro desta terça, num momento em que ambos querem preservar alianças para 2018 e concluir a agenda de reformas.

Estimativas da Instituição Fiscal Independente (IFI) mostram que deficit no ano que vem será de R$ 167 bilhões, o maior da história, e por conta disso, meta de deficit precisará ser alterada

Fonte: Folha de S. Paulo – Bruno Boghossian, Talita Fernandes e Angela Boldrini