Com nome sugestivo e inspirado em movimentos europeus, o Podemos foi lançado no último sábado (1), em Brasília, e é o mais novo partido político na corrida para 2018.

O Podemos é o novo nome do Partido Trabalhista Nacional (PTN), que recebeu autorização do TSE em maio para a mudança de nome. Atualmente, é presidido pela deputada Renata Abreu (SP) e a bancada da legenda na Câmara é formada por 14 deputados.“Nem de esquerda ou de direita”, o PTN apoiou Dilma Rousseff (PT) em 2010, Aécio Neves (PSDB) em 2014 e até 2016 o ex-presidente e atual senador Fernando Collor (PTC-AL) fazia parte dos quadros do partido.

De acordo com o manifesto do partido, a aposta vai ser na conexão da política em tempo real e a sociedade brasileira por meio das plataformas digitais.“Estamos alicerçado em três princípios: Transparência, Participação Popular e mais Democracia Direta.”

Para o senador Álvaro Dias, futuro candidato à presidência pelo Podemos, o que se usa do PTN é “apenas o registro” do antigo partido. O que se quer é atender a ânsia da população por mudanças e “unir o País”, afirma em entrevista ao HuffPost Brasil.“O Podemos surge dessa angústia de quem quer contribuir mais nesse processo de mudança do País. A tentativa é de um movimento que recupere credibilidade numa instituição essencial, principalmente no processo eleitoral, que é o partido político”, argumenta Dias.

O senador deixou o PSDB no início de 2016 e esteve com a sigla do PV até a pré-candidatura pelo Podemos.Dias defende as reformas trabalhista, previdenciária e administrativa, além da política, como ferramentas para fazer o Brasil crescer.

Contudo, argumenta que o governo Temer será incapaz de liderá-las. Para ele, o país está “perdendo a oportunidade”, pois vive um “drama” com um presidente que se tornou um “cadáver político”.

“São reformas imprescindíveis que estão sendo conduzidas pessimamente por quem perdeu a autoridade e não tem competência para se comunicar com a sociedade, para convencê-la dos seus acertos. Nós estamos perdendo uma grande oportunidade de promover reformas essenciais”, argumenta.O senador, ainda, afirma que um dos motivos da saída do PSDB torna a decisão de antes ainda mais acertada. Na época, ele foi um dos parlamentares que defendeu a cassação da chapa Dilma-Temer e a possibilidade de eleições diretas no lugar do impeachment da petista.

“Eu defendi a proposição do impeachment completo da presidente Dilma e do seu vice na época o Temer. Nós denunciamos os dois pelo mesmo crime. Essa foi uma das razões do meu afastamento do PSDB. Eu não concordava com “meio impeachment”. Deveria ocorrer o impeachment por inteiro e teríamos eleições diretas. Estaríamos evitando esse drama que vivemos hoje, de ter um presidente que se transformou em um cadáver político e que não tem como conduzir o destino do País. Obviamente, se havia razões para o impeachment do Temer naquela época, elas continuam existindo e agora com maior gravidade.”