No noticiário imediato sobre a rejeição do processo contra “o presidente mais odiado do Brasil”, “Washington Post”, “New York Times” e outros observaram o contraste das ruas, antes cheias contra Dilma Rousseff. Agora, no dizer da “Economist”, “a apatia é um aliado” para Michel Temer.

Num segundo momento, jornais como “Financial Times”, “Wall Street Journal” e o francês “Les Échos” se voltaram para os efeitos econômicos da votação.

Entre os enunciados, “Crescem as esperanças de reforma após Temer vencer votação sobre corrupção” e “Líder brasileiro enfrenta novo teste depois de sobreviver à votação sobre corrupção: passar sua agenda”.

Para um analista ouvido, “ele sai fortalecido”, mas não há garantia para as próximas votações, caso da impopular reforma previdenciária. Para outro, os “instrumentos” que usou desta vez, como a distribuição de cargos e recursos públicos, “se desgastam com o tempo”.

LULA?

Para o jornal alemão “Die Welt”, traduzido pela Deutsche Welle, “Temer continuará sendo o homem forte do Brasil até o fim de seu mandato, um duro golpe para a democracia na nação sul-americana”.

Mas “um outro pode sair ganhando com essa situação”, Lula. É o próprio título do texto, “Condenado na Justiça — E o novo, velho presidente do Brasil?”. O ex-presidente “agora tem tempo para se defender e enfraquecer as acusações”.

DILMA VS. TEMER

Para o também alemão “Der Tagesspiegel”, “o que os deputados brasileiros ofereceram foi, mais uma vez, um espetáculo indigno”, sublinhando que “há semanas Temer e seus seguidores os assediam” com cargos e verbas.

Citou, de um observador não nomeado, que, “se Dilma Rousseff tivesse somente a metade da sede de poder e da degeneração moral de Michel Temer, ela ainda estaria no poder”.

INDIFERENÇA

O francês “Le Monde”, sob o título “O presidente do Brasil escapa em meio a indiferença quase geral”, avalia que Temer foi “beneficiado pelo vácuo político”, porque seria substituído por Rodrigo Maia, “seu duplo”, que representaria pouca ou nenhuma mudança.

Fonte: Folha de São Paulo