Entusiastas da denúncia contra Temer lembram que, apesar da forte resistência do Congresso a Janot, há um fator que deixa o presidente fortemente exposto: o ex-ministro Geddel Vieira Lima, que está preso.

Encarcerado na última sexta (8), Geddel afirmou a aliados, há alguns meses, que o presidente deveria se preocupar menos com sua imagem e mais “com a própria pele”. Segundo o relato, ele concluiu dizendo: “Não aguento uma semana preso”.

A última flecha lançada por Janot contra Temer encontrará um Congresso organizado para o contra-ataque. Ao fazer denúncias em série contra os maiores partidos do país às vésperas de deixar o posto, o ainda chefe da PGR engrossou o caldo corporativista que dará o tom da resposta do Legislativo a ele. Temer precisa, sim, reorganizar a base. Mas fará isso em cenário menos adverso e ao mesmo tempo em que a CPI da JBS tentará reescrever a história do procurador-geral.

Partidos da base aliada orientaram seus membros a usarem a CPI para explorar, de saída, as ligações entre o ex-procurador Marcello Miller e a advogada Fernanda Tórtima. Querem apresentar Janot como a ponta de uma lança composta pelo ex-procurador e a advogada para direcionar delações.

(Painel – Folha de .Paulo)