Via  Estadão

Ex-superintendente da Polícia Federal no Maranhão é escolhido por Temer para comandar corporação no lugar de Leandro Daiello, segundo revelou a jornalista Eliane Cantanhede, do Estadão. O delegado Fernando Segóvia foi  anunciado nesta quarta-feira, 8, como o substituto de Leandro Daiello no comando da Polícia Federal, segundo revelou a jornalista Eliane Cantanhede, do Estadão. Um novo nome para a diretoria-geral da PF já era negociado desde maio, quando o ministro da Justiça, Torquato Jardim, assumiu a pasta. Alegando estar cansado, o diretor-geral da PF — que é responsável pelas principais investigações de combate à corrupção — pôs o cargo à disposição e disse que iria se aposentar.

PRESSÃO TOTAL – A pressão do PMDB sobre o ministro para que trocasse o comando da pasta se intensificou desde a deflagração da Operação Tesouro Perdido, no dia 5 de setembro, que descobriu o bunker dos R$ 51 milhões atribuídos ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA). Além disso, o Palácio do Planalto também não escondeu a irritação com o “vazamento” de um relatório da Polícia Federal sobre o chamado “quadrilhão do PMDB”, que embasou a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer enterrada em votação na Câmara Federal.

O Planalto chegou a cotar Rogério Galloro, número 2 de Daiello, que chegou a ser fotografado em um almoço com Torquato e o diretor-geral. No entanto, ele vai assumir a diretoria Américas da Interpol. Além de Galloro, Torquato havia dito, em entrevista, que outros dois delegados estariam cotados para a sucessão. O Estado  apurou que um deles era o ex-superintendente da PF no Maranhão, o delegado Fernando Segovia.

RESISTÊNCIAS – Na PF, o delegado enfrentava resistências para ocupar o posto por causa da relação com o ex-presidente José Sarney. Nos bastidores, Segovia era visto como o nome que o PMDB queria indicar para a vaga de Daiello.

Segovia assumiu a Superintendência da Polícia Federal no Maranhão em agosto de 2008. Entre as Operações conduzidas por ele estão a Rapina III, que prendeu ontem 24 pessoas envolvidas em um esquema de fraudes em contratos públicos nas áreas de saúde e educação, que agiam em três cidades do interior do Maranhão. Durante um ano e meio de investigações, os agentes apuraram desvio de R$ 30 milhões dos cofres públicos. A operação da PF atingiu três municípios onde as fraudes teriam ocorrido – Imperatriz, Ribamar Fiquene e Senador La Rocque – e também a capital, São Luís.