Começou como uma mera especulação, mas a candidatura do apresentador Luciano Huck à Presidência da República, em 2018, ganha a cada dia ares de realidade. Os entusiastas de um “outsider” (candidato de fora do cenário político) se alvoroçaram, ontem, nas redes sociais com o resultado de uma pesquisa Barômetro Político Estadão-Ipsos, que apontou um salto de 17 pontos percentuais na aprovação do apresentador desde setembro, saindo de 43% para 60%. Em contrapartida, sua desaprovação caiu de 40% para 32% no mesmo período.

O levantamento trouxe o marido de Angélica com a melhor aprovação entre os 22 nomes analisados, sendo dos mundos político e Jurídico. Apesar de não ser uma pesquisa de intenção de votos, o estudo mediu a satisfação momentânea do brasileiro com os cotados para liderar o País a partir de janeiro de 2019. E o fator Luciano Huck é uma variável que tende a crescer e pode mexer na polarização Lula-Bolsonaro que se desenha atualmente.

O global, que tem dado sinais de que quer concorrer, pode angariar o apoio de um eleitor mais ao centro, que não aderiu a Bolsonaro, mas também não quer Lula de novo. Ele “comeria o cartão” de Geraldo Alckmin e João Doria, tucanos que tentam se posicionar nesse segmento do eleitorado para largar com chances de vencer o pleito em um provável segundo turno. Há ainda as incógnitas Marina Silva e Ciro Gomes para se contabilizar nesse jogo.

Caso se lance na corrida pelo Planalto, Luciano Huck é que seria o Trump brasileiro, e não Bolsonaro. Alguém que nunca disputou cargo público, egresso do mundo do entretenimento, que entra numa disputa para “salvar o País” em tempos de crise. Claro que a avaliação aqui é apenas comparativa. Huck não é Trump; nem muito menos o contrário. O fato é que existem semelhanças. Se o apresentador do Caldeirão vai se viabilizar, ainda é cedo para dizer, mas que seu desempenho acendeu a luz de alerta dos concorrentes, acendeu.