Por Silvia Amorim / O Globo

Com a crise moral e ética prometendo infernizar a vida de políticos e partidos na próxima eleição, o governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, se antecipa e usará a propaganda estadual do PSDB a partir desta sexta-feira para se apresentar como exemplo de “seriedade” e “trabalho”. As duas palavras são os pilares do novo slogan da campanha publicitária tucana a ser veiculada no estado de São Paulo. “É o PSDB de São Paulo mostrando que com trabalho e seriedade, sempre dá certo” — diz Alckmin em todas as inserções que irão ao ar no rádio e na TV.

NA TELEVISÃO – Serão quatro dias de exibição (1, 4, 6 e 8 de dezembro) dos vídeos, de 30 segundos, nos intervalos comerciais. Neles, Alckmin faz uma prestação de contas do seu governo, mencionando número de hospitais construídos, viaturas policiais entregues e rodovias recuperadas, e deixa uma mensagem de otimismo: “sempre dá certo”. O tucano deixará o governo em abril de 2018 para disputar a eleição presidencial. No próximo dia 9, ele será eleito presidente nacional do PSDB. A propaganda anterior do PSDB, veiculada em outubro no estado, colou em Alckmin a marca de gestor eficiente. Ao destacar que o estado havia enfrentado a crise econômica sem comprometer suas finanças, o governador encerrava o vídeo com o slogan “São Paulo dando exemplo para o Brasil”.

CONTRAPONTO – Agora, o objetivo é criar uma vacina para Alckmin contra a crise moral e ética em meio a tantos escândalos de corrupção. O vídeo mostra o tucano como um contraponto. “A razão de todo nosso trabalho, é estar perto de você” — diz o governador no vídeo, apostando no discurso de que o interesse público tem que estar acima das ambições pessoais.

O governador é alvo de um pedido de abertura de inquérito a partir de delações da Odebrecht. Há suspeita de que ele (codinome “Santo”) tenha recebido dinheiro de caixa 2 para campanhas. Ele nega e defende investigações. A propaganda é uma amostra da linha da campanha de Alckmin à Presidência da República em 2018. Com o PSDB também envolvido em denúncias de corrupção, ele tem defendido que as pessoas vão definir seus votos pelo perfil dos candidatos e não pela conduta dos partidos.