Blog do Valdo Cruz

Diante da falta de votos para aprovar a reforma da Previdência ainda neste ano, o presidente Michel Temer pretende anunciar, amanhã, que sua meta, junto com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), será votar a medida em primeiro turno antes do Carnaval.

Em conversa com aliados hoje, Temer avaliou que o ideal seria iniciar os trabalhos do Legislativo em 2018 já votando as mudanças nas regras de aposentadoria do país.

O Congresso volta aos trabalhos no início de fevereiro, e o feriado de Carnaval será entre os dias 10 e 14. Ou seja, o governo teria uma semana antes do feriadão, de 5 a 9 de fevereiro, para tentar votar a reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara dos Deputados.

Esse cronograma leva em conta a avaliação de que, se deixar para depois do Carnaval, as dificuldades para enfrentar o tema só vão aumentar, tornando praticamente impossível a aprovação.

Temer ficará até esta sexta-feira internado em São Paulo. Os médicos decidiram não dar alta para o presidente porque, apesar de estar bem, ele não costuma seguir as recomendações de saúde. O peemedebista pediu aos médicos que seja liberado na sexta com a promessa de ir a Brasília apenas para dar posse ao novo ministro da Secretaria de Governo, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), e dar uma entrevista em seguida junto com Rodrigo Maia para falar do cronograma de votação da reforma da Previdência.

Reservadamente, o governo já trabalhava com o anúncio nesta quinta do adiamento da votação da reforma da Previdência para o ano que vem. Só que a decisão acabou sendo antecipada pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), atrapalhando a estratégia do Palácio do Planalto.

Temer queria anunciar a decisão fazendo a avaliação de que o clima havia melhorado para a votação, mas que só quer votar com segurança de vitória.

A meta do Palácio do Planalto é dedicar o mês de janeiro para seguir na ofensiva tanto de esclarecimento da população sobre os objetivos da reforma quanto no convencimento de deputados da base aliada sobre a necessidade de mudar o sistema de aposentadoria no país.