Via Folha de São Paulo

O presidente Michel Temer afirmou, hoje, que, em vez de sinalizar instabilidade política, o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em segunda instância significa que “as instituições brasileiras estão funcionando, o que dá tranquilidade para quem quiser investir no país”. Temer falou à imprensa em Zurique, onde pousou nesta tarde para participar do Fórum Econômico Mundial em Davos.

Sua comitiva inclui os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho. Vieram também o deputado Beto Mansur (PRB-SP) e a senadora Marta Suplicy (MDB-SP).

O julgamento de Lula, amanhã, ocorre no mesmo dia do discurso de Temer durante o evento, mas, segundo o presidente, a coincidência “não vai causar mal estar nenhum”. Temer reiterou as mensagens de otimismo que têm sido repetidas pelo governo e disse que seu objetivo no fórum desta semana será o de “mostrar o que é o novo Brasil”.

Sobre a meta de que o país cresça 3% neste ano, Temer afirmou que “é complicado dizer desde já”. Mas “2,5% para frente não há dúvida. Alguns falam até em 3,5%, né?”, ele disse. Temer tem uma série de reuniões previstas para a quarta-feira, incluindo o primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, e José Ángel Gurría, secretário-geral da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Ele também deve se encontrar com presidentes de grandes empresas globais, como Shell, Dow Chemical e ArcelorMittal. Em Davos, Temer apresentará um programa de concessões e privatizações. Há a expectativa, confirmada pelo presidente nesta terça-feira, de captar mais de R$ 130 bilhões. “A esperança é de que os investidores se interessem cada vez mais pelo Brasil”, afirmou.

O governo também aposta que o presidente possa avançar uma série de discussões sobre acordos comerciais, incluindo aquele negociado há anos entre o Mercosul e a União Europeia. Está previsto que o presidente Temer retorne a Brasília durante a manhã de quinta-feira, após menos de dois dias na Suíça.