Em entrevista neste sábado ao programa “Café com Política”, da Rádio Super Notícia FM, de Belo Horizonte, a pré-candidata à presidência da República Marina Silva (Rede) defendeu que o PT, PSDB, PMDB e DEM não participem das próximas eleições e tirem “quatro anos sabáticos”.

— O PT, PSDB, PMDB, DEM, eles precisam de uns quatro anos sabáticos, se reencontrar com as bases e reler seus programas. Foram partidos que deram uma grande contribuição para a sociedade, mas eles se perderam. Se perderam no projeto de poder pelo poder, no projeto da eleição pela eleição. Deixaram de discutir os rumos da nação. E agora, a sociedade brasileira deve fazer um grande favor para eles: dar um sabático de quatro anos para que o país possa, em novas bases, dar um passo à frente – afirmou Marina à rádio.

Marina disse ainda que o PT e o PSDB estariam unidos para acabar com a Operação Lava-Jato:

— PT e PSDB, que nunca estão unidos, se uniram nesse propósito. Tanto que juntos apresentaram a lei do abuso de autoridade, para tentar intimidar a Justiça, o Ministério Público e a Polícia Federal. Tentaram apresentar o projeto de lei para anistiar o caixa dois, e se mantêm firmes na defesa do foro privilegiado, o que é uma afronta ao povo brasileiro — declarou a ex-senadora.

A pré-candidata comentou também o julgamento do ex-presidente Lula, ocorrido na última quarta-feira, que resultou em sua condenação em 2ª instância. Para ela, o país vive um momento delicado de sua história, mas as instituições devem ser respeitadas:

— É um momento delicado da história política do nosso país. É a primeira vez que um ex-presidente da República é condenado. Nós temos uma situação que exige das lideranças políticas e da sociedade uma atitude de respeito às instituições, compreendendo que seja assegurado o amplo direito de defesa. O que está sustentando essa situação de crise é que as instituições estão funcionando – defendeu.

Marina argumentou ainda que este seria o momento para acabar com o foro privilegiado:

— Esse é um momento de acabar com o foro privilegiado, porque nós temos situações de mais de 200 parlamentares que estão sendo investigados e só não estão sendo punidos porque eles têm o poder de fazer seu auto julgamento. Nós não podemos criar uma situação entre aqueles que podem ser punidos, porque são cidadãos comuns, e aqueles que não podem porque são poderosos ou populares, ou são ricos demais – concluiu Marina.