Por Pedro do Coutto

Incentivado novamente pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e mantendo contatos com os economistas Paulo Guedes e Armínio Fraga, ao que tudo indica o apresentador da Rede Globo Luciano Huck está decolando no rumo das urnas da sucessão presidencial de outubro. Seus contatos sinalizam para o lançamento de sua pré-candidatura ao Planalto. Manchete principal da edição deste sábado de O Estado de São Paulo, a reportagem de Gilberto Amêndola e Eduardo Kattah não deixa dúvida sobre a disposição que finalmente Huck revela. Na quinta-feira ele jantou novamente com FHC, ocasião em que o ex-presidente afirmou que ele possui o perfil para o PSDB.

Com isso, Fernando Henrique provocou a segunda explosão da candidatura Geraldo Alckmin, apesar de dizer que continua apoiando-o, mas de uma forma curiosa. Um apoio desse tipo qualquer candidato rejeitaria. Na verdade, FHC esvaziou a candidatura do governador de São Paulo.

NOVA CONFIGURAÇÃO – O quadro sucessório adquire assim uma nova fisionomia. A ponto de até o Chefe da Casa Civil de Michel Temer, Eliseu Padilha dizer que é aceitável a hipótese de Luciano Huck vir a ser apoiado pelo atual presidente da República.

Eliseu Padilha colocou essa perspectiva, dizendo que se ele, Huck, aderir às teses do Executivo, não há obstáculo para que ele deixe de ter apoio do Planalto. Sob este aspecto, Eliseu Padilha, da mesma forma que FHC estilhaçou o nome de Geraldo Alckmin, o Chefe da Casa Civil arrasa qualquer hipótese da candidatura do ministro Henrique Meirelles. Ele destacou o projeto Luciano Huck e implodiu o lançamento do ministro da Fazenda.

As declarações de Padilha podem representar até a perspectiva de Henrique Meirelles deixar o governo, insatisfeito pela rejeição demonstrada pelo Palácio do Planalto à colocação de seu nome pelo menos entre os presidenciáveis. Coisas da política. Ela muda de direção e forma quando menos se espera, como as nuvens no horizonte.

OUTRO ASSUNTO – As duas Coreias, do Sul e do Norte, unem-se nos Jogos Olímpicos de Inverno deste ano. Trata-se de um acontecimento que marca a história dos dois países, separados desde o final de 1949 pela Guerra que terminou envolvendo a participação dos Estados Unidos ao lado da Coreia do Sul. Prolongou-se por quatro anos. Declarada pelo presidente Harry Truman, foi concluída pelo armistício assinado pelo presidente Eisenhower. Os dois países foram divididos pelo chamado paralelo 38.

A ofensiva da Coreia do Norte contra a Coreia do Sul teve origem na influência da China de Mao Tse Tung, que chegou ao poder em 49. Até hoje o conflito permanece à base do armistício do qual só tem conhecimento próximo os que atingiram a idade adulta naquele tempo conturbado. Roberto Pompeu de Toledo escreveu artigo na Veja que está nas bancas comparando as histórias de bravura do Washington Post e do Correio da Manhã. Escrevo sobre isso na segunda-feira.