O Senado aprovou, na noite desta terça-feira (20), a intervenção do governo federal no Rio de Janeiro. Foram 55 votos favoráveis e 13 contrários, além de uma abstenção. A aprovação, no entanto, não ocorreu sem discussão e dividiu opiniões no Plenário. Enquanto os senadores favoráveis apontavam que a medida pode diminuir a violência, os contrários registravam o temor de a violência aumentar, principalmente contra os mais pobres.

O senador Eduardo Lopes (PRB-RJ), relator do decreto, afirmou que a escolha de seu nome pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira, representou uma forma de respeito ao estado do Rio de Janeiro. Ao opinar pela aprovação da proposta, Eduardo Lopes disse que a população fluminense aplaude a presença das forças militares no estado. Ele apresentou argumentos jurídicos pela intervenção e disse que a violência está banalizada no Rio de Janeiro.

Por determinação regimental, foram inscritos para discursar cinco senadores a favor e outros cinco contrários ao decreto. Na opinião da senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), o presidente da República, Michel Temer, deu um passo necessário e corajoso, pois a população tem clamado por seus direitos e por mais segurança. Ela classificou como “manipulação” o discurso de quem alega que a intervenção é militar e pode trazer mais violência.

“É preciso coragem para enfrentar e derrotar a criminalidade”, afirmou a senadora.

De acordo com o senador Lasier Martins (PSD-RS), o Rio de Janeiro é hoje a capital da marginalidade. Ao apoiar a intervenção, Lasier lembrou que muitas crianças fluminenses têm medo de ir à escola, por medo de uma bala perdida. Ele disse que existem territórios no Rio de Janeiro onde a polícia não entra, pois são dominados por criminosos. Esse fato, segundo o senador, já justificaria a intervenção. Os senadores Magno Malta (PR-ES), Lúcia Vânia (PSB-GO) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) também discursaram a favor da intervenção.

– Não há o que fazer a não ser aprovar o decreto. Qualquer posição contrária é embate político – declarou Cássio, que ainda fez uma homenagem a Cristovam Buarque (PPS-DF), aniversariante do dia e ausente devido a problemas de saúde, pedindo uma intervenção na educação, para garantir um melhor futuro para o Brasil.

Fonte: Jornal do Brasil