A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) migrou nos últimos anos da centro-esquerda para uma posição ao centro, fazendo mais acenos à direita do que à esquerda. Mesmo essa Marina mais conservadora pode captar parte do eleitorado que prefere Lula se o ex-presidente não puder concorrer. Ela também pode ser uma opção mais moderada de setores do campo conservador.

Apesar do enfraquecimento político em relação a 2014 e da perda de quadros da Rede, Marina tem chance de chegar ao segundo turno. Esse é outro cenário eleitoral que faz sentido. Também não podemos descartar a presença de Bolsonaro na segunda etapa se ele tiver sucesso em bloquear nomes pela direita.

Sem uma surpresa eleitoral e analisando o quadro político atual, o próximo presidente do Brasil tende a sair desse baralho em que as cartas hoje são Lula, Bolsonaro, Alckmin, Ciro e Marina. Mas surpresas podem acontecer, como um outro nome apoiado por Lula decolar se o ex-presidente não concorrer, ou um outsider que se imponha eleitoralmente, apesar de essa hipótese estar se enfraquecendo a cada dia.

Hoje, há especulação sobre a possibilidade de o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa entrar no PSB. Mas o partido não lhe garante candidatura automaticamente. Barbosa teria de fazer uma aposta. Está pensando. Vida de outsider não é fácil, como vimos com a fuga de Luciano Huck da corrida eleitoral.

No entanto, até 7 de abril, seis meses antes do primeiro turno, todos os que queiram ser candidatos terão de estar filiados a um partido. Em menos de um mês, a disputa eleitoral vai ganhar contornos um pouco mais nítidos em relação a quem pode mesmo ser candidato. Vai trazer algumas definições, mas ainda teremos um quadro eleitoral bastante aberto.

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