Após a prisão de seus amigos pela Polícia Federal, o presidente  Michel Temer desistiu de passar a Páscoa em São Paulo e convocou o advogado Antonio Claudio Mariz nesta sexta-feira (30) para uma conversa em Brasília.

Mariz é o advogado do presidente no inquérito dos portos, que apura se o presidente recebeu propina em troca da edição de um decreto para supostamente favorecer empresas portuárias. Temer nega. Desde esta quinta (29), o presidente e seus auxiliares discutem como reagir às investigações. A expectativa do Planalto é por uma nova denúncia contra Temer.

A equipe do presidente Michel Temer ainda avalia o impacto político e a melhor forma de reagir à Operação Skala da Polícia Federal, que prendeu três amigos do emedebista. Reservadamente, assessores presidenciais afirmam que a Polícia Federal e o Ministério Público estariam tentando ressuscitar inquérito que investigou Temer no passado e já foi arquivado.

Na avaliação da equipe de Temer, a PF e os procuradores não teriam encontrado nenhuma irregularidade na edição do decreto que renovou concessões de portos em relação a benefícios que teriam sido concedidos à Rodrimar. E, agora, estariam buscando “ressuscitar” outro inquérito, já arquivado duas vezes, que apurava denúncias contra Temer em negócios realizados no porto de Santos.

A operação desta quinta-feira (29), pedida pela Procuradoria Geral da República e autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, tem como alvo principalmente dois amigos do presidente, José Yunes e o coronel aposentado João Batista Lima Filho, que, pelas suspeitas dos investigadores, poderiam ter recebido recursos irregulares em nome do presidente Temer. Essas suspeitas, reclamam assessores do emedebista, não teriam nenhuma relação direta com o inquérito que investiga a edição do decreto de portos pelo presidente e seriam relacionadas a eventos ocorridos antes de Temer assumir a Presidência da República. A equipe presidencial destaca que, neste caso, ele não poderia estar sendo investigado.

Publicamente, porém, o Palácio do Planalto espera obter mais informações sobre os motivos das prisões decretadas hoje para fazer comentários oficiais a respeito da Operação da PF.

Colunas de Valdo Cruz e Andreia Sadi