A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, está disposta, se necessário, a levar noite adentro a sessão plenária de hoje, que vai julgar o habeas corpus preventivo impetrado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista quer aguardar em liberdade até o esgotamento de todos os recursos no caso do triplex do Guarujá (SP), ou pelo menos até uma decisão final do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Dentro do STF, a expectativa é de que a sessão seja longa, com votos extensos proferidos pelos ministros e a possibilidade de o resultado só ser proclamado na sessão de amanhã. Conforme antecipou o Broadcast Político, o ministro Gilmar Mendes já avisou Cármen que vai antecipar a leitura do voto, já que pretende embarcar de volta para Portugal ainda nesta quarta-feira.

Cármen já cancelou a sessão administrativa que estava programada para as 18h desta quarta-feira, em que seriam discutidos assuntos internos da Corte – essa sessão foi remarcada para a próxima semana.

A presidente do Supremo quer prioridade máxima na conclusão do caso do Lula. Dentro da Corte, a avaliação é de que o adiamento do julgamento, ampliado com o feriado de Páscoa, deu fôlego para a mobilização de setores, aumentou ainda mais a pressão sobre a Corte e desgastou a imagem dos ministros perante a opinião pública.

Ao chegar para a sessão plenária, o ministro Edson Fachin afirmou nesta quarta-feira esperar que o julgamento termine na sessão de hoje. Um outro ministro ouvido reservadamente disse que ninguém no STF aguentaria mais uma semana com essa indefinição.