O isolamento de Geraldo Alckmin aumenta cada vez mais e ele começa a ser abandonado por todos os aliados do PSDB e mesmo pelo principal cacique de seu partido, Fernando Henrique Cardoso. Nos últimos dias, FHC abriu conversas formais com Marina Silva para uma aliança Rede/PSDB. O discurso nos bastidores é que aquele entre os dois que estiver à frente nas pesquisas será o cabeça de chapa -o que quase inevitavelmente levará Marina a ser a candidata a presidente. A ideia de FHC é, com essa chapa, atrair os demais partidos de direita que começam a procurar alternativas próprias, mantendo conversações privilegiadas com Ciro Gomes.

Um jantar de Alckmin com o chamado “centrão” na quarta-feira foi um fracasso. Sob o argumento de que o desgaste do PSDB após a Lava Jato atrapalha as alianças, os dirigentes do bloco formado por DEM, PP, PRB, Solidariedade e PSC indicaram claramente ao pré-candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, que estão mais inclinados a apoiar Ciro Gomes (PDT) na campanha eleitoral.

Quinta-feia (5), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que faz as vezes de pré-candidato enquanto não aparece a aliança com as compensação esperadas pelos “democratas”, disse ontem que, embora seu partido tenha maior afinidade ideológica com o pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, seria mais fácil compor palanques regionais com Ciro Gomes (PDT): “Nos palanques regionais temos mais afinidade com o Ciro Gomes”. Ele fez uma ironia usando seu pai, Cesar Maia, como exemplo: “Na área econômica, o Ciro faz, do meu ponto de vista, um pouquinho do que o ex-prefeito Cesar Maia fazia no Rio, só que de maneira invertida: vocalizava para a direita e governava para a esquerda”. Para Maia, Ciro vocaliza para a esquerda e, se eleitor, governará com a direita.

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