Via Folha

Ao assumir a presidência do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) disse na noite deste sábado (2) que a Casa vai enfrentar as reformas e negou que haverá revanchismo com Renan Calheiros (MDB-AL), que abandonou a eleição e obteve apenas 5 votos. Davi Alcolumbre recebeu 42 dos 77 votos. “Espero e confio que possamos entregar esta Casa, ao fim deste biênio que se inicia, com o país retomando os trilhos do desenvolvimento e da prosperidade, enfrentando as reformas complexas que, com urgência, nosso país reclama”, afirmou Davi, acenando positivamente à agenda econômica do governo Jair Bolsonaro que o apoiou.

Além da atuação explícita do ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil), o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente da República, declarou voto em Davi.

GESTO DE PAZ –  O novo presidente do Senado, fez um gesto de paz a Renan Calheiros, que deixou a eleição e a sessão acusando Davi de autoritarismo. Davi disse que Renan teria dele o mesmo tratamento que todos os partidos devem ter. “Não conduzirei um Senado com revanchismo”, afirmou, prometendo “pujante disposição para o diálogo” e “deferência”.

“Com os ânimos serenados e voltados ao bem comum, precisamos reunificar o Senado da República em torno do que lhe deve ser mais claro”, declarou.

“Não tenho inimigos na política. A condição de adversário é passageira e permanentes são as instituições”, acrescentou o recém-empossado presidente do Senado, que também disse que acaba neste sábado o “segredismo” das votações secretas. “Esta será a derradeira sessão do segredismo, do conforto enganoso do voto secreto”, disse Davi.

AS CRÍTICAS – O novo presidente do Senado falou que os senadores não devem temer as críticas das ruas, mas que elas devem ser ouvidas. “Os anseios das ruas terão o protagonismo outrora deixado aos conchavos das elites partidárias assépticas ao interesse público”, disse ele.

Prometeu também tratamento equânime aos senadores, afirmando que não haverá os de alto e os de baixo clero. Em entrevista após a eleição, Davi disse que reunirá os líderes partidários na terça-feira (5) para discutir a formação de blocos e a distribuição do comando das comissões.

Ele afirmou também que mandará apurar a suspeita de fraude na eleição, quando apareceram 82 votos para 81 senadores.