Talita Fernandes / Folha

O episódio de demissão do ministro Gustavo Bebianno, da Secretaria-Geral da Presidência, reascendeu nos bastidores do governo e da base aliada no Congresso o papel que os três filhos políticos do presidente terão nesta gestão.

O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) foi o primeiro a criticar publicamente o ministro na semana passada, dizendo que ele havia mentido sobre ter conversado com seu pai. Ele chegou a publicar um áudio em que o presidente diz a Bebianno que não podia atendê-lo ao telefone.

INTERFERÊNCIA – A declaração de Carlos Bolsonaro incomodou ministros e parlamentares que viram no gesto uma interferência indevida de um familiar em assuntos de governo.

Uma das responsáveis por tentar negociar a permanência de Gustavo Bebianno no governo, a deputada federal Joice Hasselman (PSL-SP) criticou duramente o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente. Na própria quarta-feira, em cima do lance, ela lamentou o fato de Carlos ter escrito, nas redes sociais, que o ministro Gustavo Bebianno, da Secretaria-Geral da Presidência, mentira sobre conversas com Jair Bolsonaro.

“Filho do presidente não pode escrever mensagem para criar crise no governo. Quem tem que falar com ministro é o presidente”, disse ela, considerando que a atitude Carlos Bolsonaro talvez seja fruto de “imaturidade ou meninice”.