O lançamento da candidatura de à PGR (Procuradoria-Geral da República), em abril, deixou os procuradores da Lava Jato e colegas deles de outras regiões do país em polvorosa.

Nas mensagens, obtidas pelo site The Intercept Brasil e analisadas pela Folha, eles se mostram perplexos com entrevista de Aras ao jornal, em abril. Nela, o subprocurador acena a Jair Bolsonaro e ataca o processo de escolha para procurador-geral da República, até então feito por meio de uma lista tríplice.

Um dos procuradores ironiza: “Tem de acabar com essa história de eleição. Pra quê eleição?”. E completa: “A democracia é incapaz de reconhecer os valores ocultos das grandes personalidades latentes”.

O procurador Vladimir Aras, que concorria à lista tríplice com o apoio de Sergio Moro e é primo de Augusto Aras, comenta: “A entrevista entrou para a história institucional como uma das mais deploráveis já dadas por um membro do MPF [Ministério Público Federal].

“Falei c Moro que confirmou que Aras é o candidato dele…. calma! O outro Aras rs”, brinca Deltan Dallagnol. “E sabe se a opinião do Moro ainda tá valendo algo no governo? Tô achando ele bem enfraquecido ultimamente…isso me assusta bastante”, responde a procuradora Laura Tessler.

O procurador Orlando Martello tenta tranquilizar a colega: “Tá não. Isso [é] o q querem fazer transparecer. É a pessoa q mais conhecem no Brasil inteiro e o q tem melhor avaliação”. A grafia original foi mantida pela coluna não pode Moro acabou não sendo nem sequer consultado por Bolsonaro, que na quinta (5) indicou Aras para a PGR.

Folha de São Paulo