Presidente nacional do PSL, o partido pelo qual Jair Bolsonaro se elegeu, o deputado Luciano Bivar (PE) sinaliza que a briga contra o grupo ligado ao presidente da República vai ser definida na Justiça. Bivar esteve nessa tarde na Câmara. Ouvido pelo UOL enquanto deixava a Casa ele demonstrou disposição para tentar evitar que o grupo ligado a Bolsonaro deixe a sigla levando recursos do Fundo partidário. Antes um minúsculo partido, o PSL saiu das eleições de 2018 com 52 deputados, graças à filiação do candidato que acabou vencendo as eleições presidenciais.
Mas em meio a escândalos sobre uso de candidatas laranjas para cumprir a legislação eleitoral, além das denúncias contra os filhos do presidente, Bolsonaro acabou rompendo com Bivar. O presidente fala em fundar uma nova sigla, levando pelo menos metade da bancada do PSL na Câmara. O problema é que o fundo partidário é contado a partir do número de deputados e senadores de cada partido.
Se os bolsonaristas deixarem a legenda, querem levar a parte que contribuíram com sua eleição para a formação do fundo do PSL. Bivar não aceita. Tem na manga a possibilidade de ameaçar os deputados com processo de infidelidade partidária que inviabilizaria seus registros na próxima eleição.
Quando foi questionado sobre essa questão do fundo partidário, o deputado tentou fugir do assunto. Chegou a dizer que isso “não é de importância nenhuma”. Mas acabou afirmando que os tribunais têm que preservar as estruturas partidárias, “porque fora disso você não tem propriamente uma democracia”.