A Executiva Nacional do PSL decidiu pela suspensão de 14 deputados da legenda que são alvos de processo no Conselho de Ética do partido. O deputado Eduardo Bolsonaro (SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, é quem recebeu a maior punição e pode ser suspenso das atividades partidárias por um ano. No total, 14 deputados tiveram os pedidos de suspensão aceitos e quatro foram advertidos.

A decisão, contudo, não tem efeito imediato e precisa ser referendada pelo Diretório Nacional da legenda, que se reúne na próxima semana. Se mantida, o filho do presidente perde a liderança do PSL na Câmara e todas as cadeiras que ocupa nas comissões temáticas da Casa.

IMUNIDADE – Eduardo só manteria o comando da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Creden) porque foi eleito presidente e, pelo regimento da Casa, fica imune a quaisquer alterações feita pelo partido.

A suspensão de Eduardo e de aliados é um banho de água fria dentro da ala ligada ao presidente Jair Bolsonaro que queria a expulsão para conseguir sair do partido sem perder o mandato. Em entrevista à Rádio Eldorado na terça-feira, advogada da família Bolsonaro e tesoureira do Aliança Pelo Brasil, Karina Kufa, afirmou que seria “um favor” retirarem eles da legenda.

“MEDO E TERROR” – Segundo Karina, o PSL tem adotado uma tática de abrir vários processos de expulsão contra os parlamentares aliados de Bolsonaro para provocar “medo e terror”.

“Estão fazendo isso para vir com penalidades que só visam criar um processo vexatório, não um processo democrático. Se não está satisfeito com o parlamentar, expulse e deixe ele viver a vida em outro partido”, afirmou a advogada na entrevista.

Na quinta-feira, dia 21, o presidente Jair Bolsonaro lançou o Aliança pelo Brasil, partido que ele deseja tirar do papel a tempo das eleições municipais de 2020, que deve receber os deputados que tiveram os pedidos de suspensão aceitos pelo PSL.

CRISE – A debandada do grupo político de Bolsonaro do PSL ocorre após divergências com o presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE). O PSL deixou de ser nanico após eleger 52 deputados no ano passado – deve receber algo próximo de R$ 1 bilhão em recursos públicos até 2022.

A intenção do grupo do presidente era afastar Bivar para poder dar as cartas na distribuição do dinheiro. Mas a manobra não foi bem sucedida e obrigou Bolsonaro a sair da legenda.

Veja as punições previstas para cada deputado:  Bibo Nunes (PSL-RS): 12 meses –  Alê Silva (PSL-MG): 12 meses – Bia Kicis (PSL-DF): 6 meses – Carla Zambelli (PSL-SP) : 6 meses – Carlos Jordy (PSL-RJ): 7 meses – Daniel Silveira (PSL-RJ): 12 meses – Eduardo Bolsonaro (PSL-SP): 12 meses – General Girão (PSL-RN): 3 meses – Filipe Barros (PSL-PR): 6 meses – Junio Amaral (PSL-MG): 3 meses – Luiz Philippe de Órleans e Bragança (PSL-SP): 3 meses – Márcio Labre (PSL-RJ): 6 meses – Sanderson (PSL-RS): 10 meses – Vitor Hugo (PSL-GO): 7 meses

A Executiva Nacional também indicou advertência para outros quatro deputados. São eles: Aline Sleutjes (PSL-PR)  – Chris Tonietto (PSL-SC) – Hélio Lopes (PSL-RJ) – Coronel Armando (PSL-SC)

Estadão