O jornalista e escritor Gilberto Dimenstein morreu, em São Paulo, hoje. A informação foi confirmada pela editora chefe do site Catraca Livre, do qual o jornalista era fundador e proprietário.

Autor de mais de 10 livros, Dimenstein lutava desde 2019 contra um câncer no pâncreas. Em um vídeo postado numa rede social em abril, o jornalista disse que vivia o momento mais difícil de sua vida.

Paulistano e de origem judaica, Dimenstein se formou em jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, na capital paulista.

Em 1994, publicou “O Cidadão de Papel”, que ganhou os Prêmios Jabuti e Esso de melhor livro de não ficção daquele ano. Na obra, o autor busca mostrar o desrespeito aos direitos humanos na nossa sociedade e apresenta uma rede que une o assassinato de crianças, a violência, a fome e a falta de escola com o desenvolvimento da economia, a crise da educação, a falta de emprego.

O livro discute o papel dos jovens como cidadãos de deveres e direitos, analisa as instituições do país e trata de questões sociais, como a má distribuição de renda e a desigualdade social. A obra também traz reflexões sobre documentos como a “Declaração Universal dos Direitos Humanos”.

Também escreveu “Aprendiz do Futuro” e “Meninas da Noite”. Ele trabalhou também como colunista no jornal “Folha de S. Paulo” e como comentarista da rádio CBN, dos quais se desligou para se dedicar a um projeto particular, o site Catraca Livre, uma plataforma multimídia de jornalismo educativo que divulga atividades culturais gratuitas em São Paulo.

Na “Folha de S.Paulo”, foi diretor na sucursal de Brasília e correspondente em Nova York. Ao longo da carreira como jornalista, trabalhou também em outros veículos de comunicação, como “Jornal do Brasil”, “Correio Braziliense” e a revista “Veja”. Ficou conhecido pela defesa de direitos nas áreas de educação e de meio-ambiente, nos quais atuava com projetos sociais.