O presidente Michel Temer (PMDB) escorregou mais uma vez ao falar, ontem, sobre o massacre em uma penitenciária de Manaus. Prestou solidariedade às vítimas das famílias referindo-se ao caso como “acidente pavoroso”. A ideia era vir a público com o remédio – o anúncio antecipado do plano de segurança para lidar com tráfico, homicídios e prisões – e acalmar os críticos. Mas caiu mal, e as redes sociais enlouqueceram. Os dias de silêncio do presidente após o escândalo foram, em poucas horas, substituídos por uma sucessão de equívocos. Frente aos comentários em relação ao termo, o presidente usou o Twitter para se defender, citando sinônimos: tragédia, perda, desastre, desgraça, fatalidade. Remendo desastroso. Afinal, de tantas opções, optou justamente pela mais ambígua. O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, mais afeito a polêmicas (basta lembrar a ‘proposta’ de erradicar a maconha!), conseguiu adotar tom pouco mais equilibrado ao explicar as iniciativas. Acusado de defender a linha punitivista, que prende muito, mas prende mal, defendeu a separação de presos por periculosidade e aplicação de penas alternativas para crimes sem violência. Falou sobre presos provisórios e detentos que já foram punidos.