O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 2ª feira (13.mar.2023) que o governo federal não avalia cobrar impostos sobre transações financeiras, como era o caso da antiga CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Caso a medida fosse incluída na reforma tributária planejada pela equipe econômica, o Pix e compras no cartão de crédito poderiam ser tributados.

“Não está no nosso radar [a volta da CPMF], nem no plano do governo e nem nos planos da área econômica. Falo no nome [dos ministérios] da Fazenda, Planejamento, da Indústria: não está na mesa de ninguém essa possibilidade”, disse Haddad em evento promovido pelos jornais Valor Econômico e O Globo. A CPMF foi criada no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para financiar a saúde na década de 1990.

O imposto tinha incidência sobre as movimentações bancárias. A alíquota chegou a 0,38% sobre operação. A medida foi prorrogada por vários anos, mas acabou em 2007. O dinheiro era usado para outras finalidades.

Haddad avaliou também que a reforma tributária deve ser concluída em setembro ou outubro deste ano. A expectativa do Ministério da Fazenda é de que a proposta seja votada na Câmara dos Deputados entre junho e julho e no Senado, no 2º semestre.

O ministro também fez críticas ao governo anterior. Segundo ele, a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não votou a reforma tributária “porque não quis”.

“Eu tenho convicção de que se o governo anterior quisesse ter votado a reforma tributária, ele teria conseguido. O governo anterior não quis votar a reforma tributária, poderia ter votado, seria um legado importante para o país. A própria ministra Simone Tebet me confidenciou que esteve várias vezes no gabinete do ministro da Economia [Paulo Guedes] que estava obcecado com a ideia do imposto único”, afirmou.

Poder 360

Em reuniões com os novos comandos da Câmara e do Senado e a área política do governo, a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, tem se posicionado contra a criação de um novo imposto, mesmo que temporário, para bancar uma nova rodada do auxílio emergencial.
Nos últimos dias, cresceu dentro do governo a defesa da criação de um tributo nos moldes da antiga CPMF, temporário, para bancar a nova ajuda aos brasileiros afetados pela pandemia.
Segundo integrantes da equipe econômica que participaram de reuniões nos últimos dias, o ministro Paulo Guedes segue defendendo que o pagamento do auxílio emergencial por mais alguns meses precisa ser compensado com cortes de gastos, não com aumento de tributos.

Ao participar ontem de seminário promovido pela Folha de São Paulo e Confederação Nacional da Indústria, o deputado Rodrigo Maia afirmou que votará contra o projeto Paulo Guedes de criar uma nova “CPMF” disfarçada na capa de outro nome, mas cujos efeitos seriam um aumento de imposto atingindo a população de modo geral e as atividades da indústria, comércio e dos serviços. Rodrigo Maia sustenta que o tributo sobre comércio eletrônico é uma forma disfarçada de aumentar a contribuição fiscal, e o nome pode ser uma sigla inglesa, para enrolar a sociedade. PERGUNTA EM ABERTO – Maia assinalou que o PIB está em torno de 7 trilhões de reais ao ano. Portanto, indagou, para que cobrar de todos mais 600 bilhões de reais, 9% do PIB?  Na Folha de São Paulo a reportagem é de Danielle Brant e Mayara Paixão. Em O Globo a matéria é de Jéssica Moura. Com as afirmações que fez, Rodrigo Maia não antecipou somente o veto do Legislativo ao novo tributo. Antecipou também sua nova ruptura com Paulo Guedes ampliando seu distanciamento do governo Bolsonaro.

Por José Carlos Werneck

O Governo vai enviar ao Congresso Nacional em agosto  uma proposta de criação de uma “micro imposto” digital para desonerar a folha de salários das empresas (redução dos tributos cobrados sobre os salários) e viabilizar a Reforma Tributária. O arauto da péssima notícia aos já tão sacrificados contribuintes brasileiros foi Guilherme Afif Domingos, assessor especial do Ministério da Economia.

O nova tungada no bolso do indefeso contribuinte tem um potencial arrecadatório de R$ 120 bilhões ao ano e a alíquota em estudo é de 0,2%. Segundo Afif, a base de tributação será mais ampla do que a da extinta CPMF.

BASE MAIS AMPLA – A ideia da equipe econômica do governo é que o novo imposto incida sobre pagamentos ou comércio em meio eletrônico, o que pode incluir transferências e pagamentos feitos por meio de aplicativos de bancos. O ministro da Economia, Paulo Guedes, já disse que a intenção é ampliar a base de cobrança, ou seja, a variedade de locais onde os impostos incidem. A CPMF foi um imposto que existiu até 2007 para cobrir gastos do governo federal com projetos de saúde  e a alíquota máxima foi de 0,38% sobre cada operação.

Afif Domingos afirmou que o ministro Paulo Guedes pretende com o novo tributo financiar a desoneração parcial da folha para salários entre 1 e 1,5 mínimo (R$ 1.045 e R$ 1.567,50), viabilizar o programa social “Renda Brasil” criado para substituir o Bolsa Família e aumentar a  faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física, atualmente em R$ 1,9 mil.

Charge do Duke

SEM ALTERNATIVA – “Que me apontem uma alternativa que não seja essa”, desafiou Afif, que tem participado das discussões da proposta. Segundo ele, Guedes vai apresentar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para que possa ser discutida pelos parlamentares na Reforma Tributária, cuja a primeira parte foi enviada na semana passada ao Congresso Nacional.

Segundo Afif, o ministro Paulo Guedes apresentou o projeto de criação da Contribuição sobre Bens e Serviço (CBS), unificando o PIS/Cofins, como um “sinal de respeito” ao Congresso para acoplar a proposta nas PECs que já tramitam no Senado e na Câmara. “Vamos levar o projeto (desoneração) para juntos definirmos as prioridades dentro do princípio do equilíbrio orçamentário”, disse. “Quando mais ampla a base sobre a qual o novo imposto vai incidir, menor a alíquota”.

A desoneração atende, principalmente, ao Setor de Serviços, que se sente prejudicado pela proposta  apresentada pelo Governo até o momento.

IMPOSTO MAIOR – Ao contrário da Indústria, o Setor de Serviços não tem muitas etapas de produção e é formado basicamente por mão de obra, não possuindo espaço para abater os impostos em fases anteriores da produção. Em média o setor paga hoje  4,5%, bem abaixo dos 12% que prevê a alíquota unificada.

“O que a turma não entende do fatiado e do não fatiado é que temos que apresentar a ideia global e agir com a ideia local com a urgência, emergência e factibilidade política”, disse Afif, que entende que o Governo não está querendo confrontar e sim cooperar com o Congresso.

Ele comparou a primeira etapa da reforma tributária a uma tomada para “engatar a máquina”. “E não é uma tomada de três pinos. É universal, que é o IVA (imposto sobre valor agregado) dual”, afirmou, numa alusão à proposta de um IVA federal e outro dos Estados e municípios.

PASSOS SEGUINTES – Afif disse que os passos seguintes da reforma serão a desoneração da folha e a correção da tabela do IRPF, que vai incluir, além do aumento da faixa de isenção, a diminuição das deduções previstas em saúde e educação, que reduzem o imposto a pagar. O governo vai também redesenhar as alíquotas para redistribuir sem aumentar a carga tributária.

Foi ótimo ele lembrar da Tabela do Imposto de Renda das Pessoas Físicas,que encontra-se defasadíssima e não é atualizada há anos, o que constitui uma falta de respeito com os contribuintes brasileiros, notadamente,com aqueles que cumprem rigorosamente suas obrigações fiscais.

Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado, 18, que o imposto sobre transações proposto pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, não é igual à CPMF. Ao conversar com apoiadores na frente do Palácio do Alvorada, o chefe do Planalto disse que “a proposta de Guedes visa desonerar a folha de pagamento”.

Na última quinta-feira, Paulo Guedes também rejeitou a comparação do imposto sobre transações com o antigo imposto do cheque. O tema do novo imposto, defendido por Guedes, voltou a ganhar importância com o retorno das discussões sobre a reforma tributária. A equipe econômica deve apresentar a proposta de reforma tributária ao Congresso na próxima terça-feira, 21.

A criação do imposto gerou polêmica e provoca fortes reações contrárias. Rodrigo Maia, presidente da Câmara, já afirmou ser contra a recriação de um tributo semelhante à CPMF. “Não há espaço para debater uma nova CPMF. Nossa carga tributária é alta demais, e a sociedade não admite novos impostos”, escreveu Maia no Twitter também na última quinta.

Com o veto do presidente Jair Bolsonaro à CPMF, o ministro Paulo Guedes (Economia) orientou sua equipe a estudar uma reforma tributária que corte privilégios. O discurso, estratégico, já foi testado pelo governo na reforma da Previdência, que avançou e está em fase final de tramitação no Congresso. Guedes quer dar ênfase à revisão da tributação sobre os mais ricos depois que o imposto sobre pagamentos foi atacado por se aplicar até mesmo a saques e depósitos em dinheiro.
A saída de Marcos Cintra do comando da Receita Federal deve destravar o andamento da reforma tributária no Congresso Nacional e tirar a “cara de CPMF” da proposta do governo, que enfrentava resistências dos parlamentares antes mesmo de ser enviada. A equipe econômica, porém, não desistiu da ideia de desonerar a folha de pagamento das empresas e estuda agora qual será o melhor caminho para compensar a perda de arrecadação com a medida. Hoje, as empresas pagam como tributo 20% sobre o total dos salários dos seus funcionários. Guedes defende reduzir a contribuição como forma de estimular a geração de empregos no País. A tese é que, com custo menor, os empresários contratariam mais.
Apesar da forte rejeição do Congresso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, deu apoio público na terça-feira, 22, à criação de um imposto federal sobre transações financeiras – nos moldes da extinta CPMF –, como forma de compensar a redução nos impostos cobrados das empresas sobre a folha de pagamentos, medida que faz parte da proposta de reforma tributária vai enviar ao Congresso.  O Estado apurou que a Contribuição Social sobre Transações e Pagamentos (CSTP), como foi batizado o novo imposto, deverá ter uma alíquota mais baixa, de 0,22%. A ideia é criar uma “conta investimento” para isentar a cobrança da nova contribuição de aplicações na Bolsa, renda fixa e poupança, entre outras.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse, hoje, que não vai retomar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) “em hipótese nenhuma” nos trabalhos sobre a reforma tributária.

“A única certeza que eu tenho é que nós não vamos retomar a CPMF na Câmara em hipótese nenhuma”, afirmou Maia em evento para banqueiros em São Paulo. Ele disse que espera concluir o texto sobre a reforma ainda neste semestre.

“Vamos tentar construir este semestre um texto para que a gente possa avançar. A gente sabe que tem outros atores, a gente tem que entender como esses atores influenciam o plenário da Câmara.”

A CPMF foi extinta em 2007 depois de uma grande campanha contrária de empresários e setores da sociedade civil. Em julho, diante das notícias de que a equipe econômica estudava essa possibilidade, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) descartou a volta da CPMF. Nesta sexta-feira, o presidente voltou a negar a recriação da contribuição.

Pela proposta de reforma tributária em elaboração pelo Ministério da Economia, essa contribuição pode ser recriada para compensar a desoneração da folha de pagamento em todos os setores da economia. O novo tributo teria entre 0,5% e 0,6% sobre as movimentações financeiras.

A criação de uma nova CPMF teria que ser por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), o que exigiria 308 votos em duas votações na Câmara e 49 votos em outras duas votações no Senado.

“A gente vai ouvir demandas e vai construindo com estados e municípios um texto que possa simplificar, melhorar o ambiente de tributação no Brasil.” “Sem tratar dos estados a reforma tributária não é eficaz. Um dos grandes problemas é o ICMS”, disse Maia.

Blog do Magno

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira (19) que o governo não vai criar novos impostos e destacou que Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) não será recriada. Ele deu a declaração em café da manhã com jornalistas de agências internacionais no Palácio do Planalto. “Não criaremos nenhum novo imposto. A reforma [tributária] que está tramitando lá é do Parlamento, não é nossa. Conforme explanado na última reunião de ministros, nós queremos fazer uma reforma tributária e mexer com os impostos federais apenas.
20
jan

CPMF de volta ?

Postado às 11:41 Hs

Embora o governo negue a intenção de recriar a CPMF, o setor de serviços defende que a nova desoneração da folha de pagamentos seja compensada por um tributo que incida sobre as movimentações financeiras, nos moldes do antigo “imposto do cheque”. Uma proposta da Confederação Nacional dos Serviços (CNS) foi entregue ao secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, que já disse que a redução dos encargos sobre a folha de salários será a prioridade do órgão. A entidade propõe que a contribuição patronal ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) – cuja alíquota chega a até 20% sobre a remuneração dos empregados – seja zerada e substituída por uma Contribuição Previdenciária sobre Movimentação Financeira. No entanto, o presidente da CNS, Luigi Nese, avalia que a sigla CPMF (que também se encaixaria no tributo proposto) seja alterada por um “nome fantasia” diferente.

A presidente afastada Dilma Rousseff, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo publicada neste domingo, defendeu que o interino Michel Temer recrie a CPMF para evitar cortes nos programas sociais. Para a petista, “quem paga o pato, quando não se tem imposto num país, é a população”.

Na entrevista, a presidente disse ainda que não chorou por causa do afastamento – “Nas dores intensas, eu não choro” – e admitiu ter cometido erros na Presidência, mas não disse quais. “Essa volta ao passado não existe”, afirmou.

Ao analisar a gestão de Temer, a presidente afastada concentra suas críticas nos cortes nos programas sociais. “”Os que são chamados de coxinhas acreditam que o Bolsa Família é uma esmola. Não é. Ele tem efeito enorme sobre as crianças. Entre fazer isso (cortes em áreas sociais) e criar um imposto, cria um imposto. Para com essa história de não criar a CPMF. Só não destrói a educação e a saúde”, defendeu Dilma.

Na entrevista, Dilma também profetizou que Temer terá de se ajoelhar para o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, com quem “não há negociação possível”, afirmou que trabalha atualmente tanto quanto trabalhava enquanto estava na Presidência e disse acreditar ainda que pode reverter o processo contra ela na votação no Senado Federal. “Nós podemos reverter isso. Vários senadores, quando votaram pela admissibilidade (do processo de impeachment), disseram que não estavam declarando (posição) pelo mérito. Então eu acredito.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, afirmou neste domingo (24), após reunião no Palácio do Jaburu, que o vice-presidente da República, Michel Temer, não é a favor de aumentos de impostos.

“Ele ouviu atentamente a tudo isso [propostas] e não é a favor de aumento de impostos”, declarou Skaf, na saída do encontro, em Brasília. Questionado se o vice concorda com a visão da Fiesp, contrária à alta na carga tributária, ele respondeu: “Concorda”. O G1 procurou a assessoria do vice-presidente para comentar as declarações, mas não obteve contato até a última atualização desta reportagem.

Questionado se Temer se comprometeu a retirar a CPMF da pauta se vier a assumir o governo, em caso de afastamento da presidente Dilma Rousseff no impeachment, Skaf disse que não veio pegar “compromissos” do vice-presidente.

Em plena crise econômica, governos federais, estaduais e municipais gastam rotineiramente cifras altíssimas com pagamento de servidores que recebem acima do teto constitucional. Estimativas feitas por fontes do Ministério da Fazenda e do Congresso apontam que, caso a lei fosse de fato cumprida, a economia para os cofres públicos chegaria a quase 10 bilhões de reais por ano, considerando os governos federal, estadual e municipal. A cifra é similar ao montante que o governo pretende conseguir em 2016 com a recriação da CPMF, que ainda tem uma longa batalha para ser aprovada pelo Congresso Nacional.

Cálculos do governo federal, que levam em conta apenas o montante que a União economizaria são bem menores, mesmo assim apontam para uma possível “economia” de 1 bilhão de reais anual.

Ignorando a Constituição, alguns servidores ganham acima dos 33.700 reais, salário do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), que serve de referência para a definição do teto. Somente no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o setor responsável pelos pagamentos confirma que ao menos cinco servidores aposentados receberam, entre janeiro e dezembro de 2015, valores líquidos superiores a 100 mil reais.

A presidente Dilma falou por mais de uma hora no Congresso Nacional nesta terça (2), sendo tratada com respeito na maior do tempo. Bastou citar a volta da CPMF para levar uma sonora vaia.

“Não podemos prescindir de medidas temporárias como a aprovação da CPMF e da DRU”, disse. Entre os argumentos usados para convencer parlamentares da necessidade de recriar o imposto, a presidente afirmou que a CPMF irá “bancar a Previdência Social e a Saúde”.

Dilma reforçou ainda que o imposto é temporário e afirmou que essas medidas “irão dar o espaço necessário para administrar a política fiscal até que as reformas de médio e longo prazo comecem a ter efeito”. “CPMF é ponte necessária entre urgência do curto prazo e estabilidade do médio prazo”, afirmou.

Em defesa do ajuste fiscal em curso, a presidente fez questão de frisar a queda da arrecadação federal. Dilma foi novamente vaiada ao ler os números de queda da arrecadação. Para ela, a parcela de receitas que cresceu foi a relacionada à Previdência devido à elevação do emprego e a maior formalização do mercado de trabalho. “Assim, a recuperação do emprego também é essencial para a Previdência Social”, disse.

A presidente reconheceu que “muitos têm dúvidas e se opõem à CPMF, mas pediu que esses “considerem a excepcionalidade do momento e levem em conta dados e não opiniões”. A presidente classificou a recriação do tributo como “melhor opção disponível em favor do Brasil” e foi novamente vaiada.

Como alternativa para o controle do gasto público, a presidente afirmou que o governo irá, em 2016, dar continuidade à política de controle dos gastos de custeio. A presidente disse ainda que o governo irá propor uma desvinculação de receitas dos Estados e municípios. “As três esferas do governo precisam de mais flexibilidade para dar sustentabilidade”, destacou em seu discurso. A DRU hoje vale apenas para a União.

Outros tributos

A presidente aproveitou sua fala para defender a reforma tributária. Para o PIS/Cofins, Dilma afirmou que o governo enviará, nas próximas semanas, uma proposta com a criação do chamado crédito financeiro.

Já para o ICMS, a presidente pretende dar continuidade ao projeto que foi iniciado pelo ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy que já está em tramitação no Congresso. “Com essas medidas será possível fazer o acordo de convalidação fiscal e poderemos baixar as alíquotas de ICMS a partir de 2017 e 2018”, frisou.

Se o cenário político agravou a crise econômica brasileira e tornou 2015 um ano difícil para investidores, a perspectiva é de um quadro ainda mais desafiador em 2016.Os últimos meses do ano foram marcados pela alta volatilidade no mercado financeiro. Bolsa e dólar tiveram fortes oscilações a cada sinal de avanço doimpeachment da presidente Dilma Rousseff ou retrocesso no ajuste fiscal.

E a imprevisibilidade deve continuar. Antes do recesso do Congresso, o governo conseguiu aprovar algumas medidas do ajuste, mas pontos importantes, como a volta da CPMF e novas reduções de incentivos fiscais, ainda estão travados no Legislativo.Além das incertezas sobre o ajuste, há o risco de a presidente Dilma Rousseff não encerrar o mandato –a previsão é que a abertura do processo de impeachment seja votada em março.

Com este cenário, fica ainda mais difícil prever o desempenho das aplicações financeiras e, assim, escolher o melhor investimento para o ano. Uma coisa, no entanto, é certa, segundo analistas e economistas: os juros continuarão subindo, tornando a renda fixa ainda mais atraente.No mercado de ações, a tendência da Bolsa brasileira ainda está indefinida. Depois de acumular quedas nos últimos três anos, ela continua sujeita ao desenrolar da crise. E, em um cenário de juros em alta, precisaria ter desempenho positivo de ao menos 20% no ano para compensar o risco e atrair quem está apostando na renda fixa, dizem analistas.

Eles apontam, no entanto, que ainda há boas oportunidades na Bolsa brasileira, desde que o investidor esteja disposto a garimpar ações de empresas em boas condições. “A nossa recomendação é para algumas empresas, não para a Bolsa”, afirmou Andrew Campbell, estrategista-chefe da corretora do Credit Suisse, em almoço com jornalistas.Entre as opções que podem render retorno positivo, citou os papéis de BB Seguridade e Cielo, além de companhias que se beneficiaram da exposição ao dólar em 2015, como JBS, Minerva e Marfrig.

 

CÂMBIO

A atenção com a taxa de câmbio também deve continuar neste ano. Depois desubir 49% em 2015, o dólar continua com tendência de alta. Economistas ouvidos pelo boletim Focus, do Banco Central, projetam cotação de R$ 4,20 para a moeda em dezembro.

Fonte: Folha de S.Paulo

Via O Globo: Cristiane Jungblut

Em meio à crise política, governo não conseguiu aprovar volta da CPMF

Não é só a reforma administrativa que caminha a passos lentos. O ajuste fiscal ainda está bastante incompleto, embora várias de suas medidas tenham sido aprovadas ao longo de 2015. O governo enfrentará um rombo nas receitas do próximo ano, porque não conseguiu aprovar a principal medida para gerar arrecadação: a recriação da CPMF. Há uma previsão de receita de R$ 21,1 bilhões no ano que vem. O Orçamento da União de 2016, já aprovado pelo Congresso, prevê uma receita de R$ 10,15 bilhões com uma contribuição que ainda nem existe. Além disso, a briga pública na área econômica sobre o tamanho da meta fiscal de 2016 desgastou o ex-ministro Joaquim Levy, que foi substituído na Fazenda por seu rival nas discussões, Nelson Barbosa (ex-Planejamento).

Levy visitava toda semana o Congresso, especialmente o Senado, para pedir apoio às medidas da segunda fase do ajuste, que ou não foram aprovadas ou custaram a sair do papel.

26
dez

Saiba Também…

Postado às 12:21 Hs

# Cenário pessimista na economia vai custar cerca de R$ 240 bilhões ao país

As perspectivas pessimistas, ao longo do ano, foram além das projeções e em 2015 serão ainda mais amargas para a economia brasileira. O Banco Central confirmou nesta quarta-feira, 23 de dezembro, retração de 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB). A previsão anterior indicava queda de 2,7%. A constatação foi feita com a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI). Com isso, a recessão de 2015 vai custar ao país cerca de R$ 240 bilhões. São bens agrícolas e industriais que deixaram de ser produzidos e serviços que não foram prestados. A estimativa de recuo para produção na indústria passou de 5,6% para 6,3%. O setor de serviços deverá recuar 2,4%. Anteriormente, a projeção era de 1,6%. A produção agropecuária cresceu 1,7%. Antes, o a perspectiva era de 2,6%. Na prática, esses números representam, por exemplo, uma grande quantidade de carros, máquinas, calçados que não foram produzidos e muitas consultas médicas, idas ao salão de beleza e trocas bancárias que não ocorreram. Os resultados dessa retração são desemprego e menos investimentos.

# Governo conta com aumento de tributos enquanto espera CPMF

Enquanto tenta ressuscitar o imposto do cheque, que pode render R$ 10 bilhões para os cofres federais a partir de setembro, a equipe econômica pode aprovar no Congresso, no primeiro trimestre de 2016, aumentos pontuais de tributos para garantir uma situação de caixa melhor do que a vivida neste ano. Segundo a Folha, em sua última semana no cargo de ministro da Fazenda, Joaquim Levy pediu ao Congresso a aprovação de três medidas provisórias que poderiam garantir ao governo mais de R$ 20 bilhões, mas apenas uma foi votada. A Câmara e o Senado aprovaram antes do recesso a MP 690, que aumenta a tributação sobre bebidas alcoólicas e produtos de informática. A expectativa é uma arrecadação extra de R$ 1 bilhão em 2016 com a nova tributação de vinhos e destilados. O governo também estima uma receita de R$ 6,7 bilhões com a extinção do programa de inclusão digital criado em 2005 que dava benefícios tributários para computadores e tablets, por exemplo.

# Economistas: 2016 ainda difícil, mas em recuperação

A economia brasileira em 2016 deve sofrer o impacto de questões políticas que travam a atividade, mas não deve repetir o desempenho de 2015, acreditam professores de Economia. O cenário econômico vai começar a respirar e, se questões como a CPMF forem resolvidas e boas surpresas surgirem, como uma alta nas exportações, haverá alguma recuperação. No setor de energia, da mesma forma, a situação não deve piorar, mas a melhora esperada deve ficar para 2017. Carlos Frederico Leão Rocha, professor do Instituto de Economia da UFRJ, acredita que o pior já passou. “Espero que nesse ano [2016] a gente vá conseguir cumprir a meta de 0,5% do superávit primário. Seria um cenário positivo”, explica. De acordo com ele, o nível de atividade econômica vai continuar baixo em 2016, a não ser que haja alguma surpresa, que poderia vir, por exemplo, pelas exportações. “Não creio que o governo vá ousar na parte do investimento, ainda que o [ministro da Fazenda] Nelson Barbosa talvez gostasse de ousar um pouco, mas acho que não vai. Se tiver alguma boa notícia, será pelo lado das exportações”, comentou Rocha.Perspectivas melhores virão conforme o cenário político for destravado.

mar 29
sexta-feira
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