Foi por pouco, questão de 48 horas, mas o senador Delcidio do Amaral (PT-MS) conseguiu deixar a cadeia a tempo de ver se concretizar uma profecia sua e, enfim, poder dizer: “eu avisei”. Em junho de 2015, o petista, que ganhou liberdade na sexta-feira, já se mostrava preocupado com os pagamentos no exterior de despesas da campanha de Dilma Rousseff em 2014 pela Odebrecht.

Conforme revelou VEJA em dezembro do ano passado, depois de uma reunião no gabinete de Dilma, Delcídio chamou-a de lado e disse a seguinte frase: “Presidente, a prisão (de Marcelo Odebrecht) também é um problema seu, porque a Odebrecht pagou no exterior pelos serviços prestados por João Santana à sua campanha”. Aloizio Mercadante, que ainda chefiava a Casa Civil, contrariou o senador.

Para ele, Odebrecht “era problema do Lula”. Ao deixar o Palácio do Planalto, espantado com o desconhecimento da presidente sobre o envolvimento financeiro do PT com as empreiteiras implicadas na Lava-Jato, Delcídio a definiu como “autista” a um colega de partido. “A Dilma não sabe o que é passar o chapéu porque passaram o chapéu por ela”, arrematou. (Veja/João Pedroso de Campos, de São Paulo)

Depois de passar quase três meses na prisão, o senador e ex-líder do governo Delcídio do Amaral (PT-MS) volta ao Senado nesta semana, estuda tirar uma licença de até 120 dias e já avisou a aliados que não admitirá ter o mandato cassado, um de seus maiores temores. “Se me cassarem, levo metade do Senado comigo”, afirmou a interlocutores quando ainda estava preso. A frase foi entendida como uma ameaça de que está decidido a entregar seus pares caso lhe tirem a cadeira de parlamentar.

Ao retornar ao Senado, Delcídio fará corpo a corpo com os demais colegas, argumentando que é inocente e pedindo amparo. Deve bater às portas de integrantes de partidos aliados e da oposição, com quem sempre manteve diálogo. Poucos, no entanto, devem ser os que darão apoio público ao petista.Uma das maiores preocupações do senador é ter o mandato cassado porque, com isso, ele perderia o chamado foro privilegiado e seu caso iria para a primeira instância. Lá seria analisado pelo juiz Sérgio Moro, do Paraná, que tem sido célere em suas decisões envolvendo réus da Operação Lava Jato.

Em 1º de dezembro, dias após a prisão do senador, o Senado recebeu representação feita por dois partidos, Rede Sustentabilidade e PPS, que pedem a cassação de Delcídio sob acusação de quebra de decoro parlamentar. O processo foi aberto no Conselho de Ética da Casa, sob relatoria do senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO). Na semana passada, a defesa de Delcídio pediu a substituição do relator, alegando que o tucano não pode permanecer na relatoria do caso por falta de isenção do PSDB. O pedido ainda será analisado.

19
dez

Saiba Também…

Postado às 17:33 Hs

# José Serra ainda sonha ser 1º Ministro do governo Temer

Principal interessado em um eventual governo do vice Michel Temer, o senador José Serra (PSDB-SP) vem fazendo sugestões até mesmo de mudança do sistema político do País, caso o peemedebista assuma. Segundo a colunista Natuza Nery, Serra propôs ao presidente do PSDB, Aécio Neves, colocar na pauta de apoio do partido a um eventual governo Temer a mudança do regime presidencialista para o parlamentarista. Há tempos que Serra apoia Temer, na esperança de fazer parte do governo como ministro de uma importante pasta. Assim que foi aceito o pedido de impeachment na Câmara, o tucano declarou: “Se entrar o Temer, há chance de um governo de união nacional capaz de enfrentar os desafios do Brasil”.

# Por Ilimar Franco – O Globo  ”   Temer versus Renan: procuram-se bombeiros “

O maior partido do país se rasgou em dois no processo do impeachment. A guerra pela liderança do PMDB na Câmara foi um dos capítulos dessa refrega. A novela continuou anteontem, quando o Senado aprovou pedido para o TCU analisar decretos de créditos suplementares do vice Michel Temer. É grande a indignação da ala do presidente do PMDB com o presidente do Senado, Renan Calheiros. Acusam-no de ter sucumbido ao Planalto. A ala de Renan critica o vice, dizendo que ele namorou com a oposição e se rendeu aos dissidentes do partido. Agora, até incendiários procuram pelos bombeiros. Temer precisa recuperar sua capacidade de unir a sigla. 8 x 3 – As críticas à manipulação partidária no STF sofreram um revés. Nomeados por governos do PSDB e do PT, Gilmar Mendes e Dias Toffoli ficaram do mesmo lado. Foram contra que o Senado faça votação prévia, antes do julgamento do impeachment. Para o ministro mais antigo, Celso de Mello, o Senado pode rejeitar a deliberação da Câmara.

# Por: Laryssa Borges / Teori libera Esteves e mantém Delcídio na cadeia

O ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira a revogação da prisão do banqueiro André Esteves, que se afastou recentemente do BTG Pactual. O ministro do Supremo, por outro lado, manteve a prisão do ex-líder do governo Dilma no Senado Delcídio do Amaral (PT-MS), do seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira, e do ex-advogado do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró Edson Ribeiro. Esteves entrou com um pedido de liberdade por considerar que seu decreto de prisão preventiva havia sido feito com base exclusivamente nas declarações do senador petista. Em gravações feitas por Bernardo Cerveró, filho de Nestor, Delcídio negociava rotas de fuga para o ex-dirigente da Petrobras com Diogo Ferreira, o advogado Edson Ribeiro e a invocação do nome de Esteves. Por decisão do STF, Esteves será colocado em regime domiciliar integral “até que demonstre ocupação lícita”, está impedido de deixar o país, terá de entregar o passaporte no prazo de 48 horas, não poderá ocupar posto de direção e administração das empresas envolvidas nas investigações da Lava Jato, não poderá entrar em contato com qualquer investigado e terá de comparecer quinzenalmente à justiça para prestar contas.

Homem Bomba: Delcídio mete medo, na revista Istoé

Na terça-feira 8, Brasília ainda ardia com os detalhes da carta que Michel Temer enviara à presidente Dilma Rousseff na noite anterior, quando o advogado Antonio Bastos cruzou os portões da sede da Polícia Federal na capital da República. Defensor de personagens chaves do maior escândalo de corrupção que já veio à tona no País, como o doleiro Alberto Youssef e o empresário Ricardo Pessoa, Bastos foi à PF visitar o mais novo e ilustre encarcerado da Operação Lava Jato. Por mais de uma hora o advogado teve uma conversa dura e franca com o ainda senador Delcídio do Amaral (PT-MS), ex-líder do governo no Senado, acusado de tentar sabotar a Lava Jato com um mirabolante plano para tirar do País o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. Preso há três semanas em uma sala improvisada na sede da PF, Delcídio capitulou. Decidiu fazer uma delação premiada e escolheu Antônio Bastos como seu estrategista para convencer o Supremo Tribunal Federal a aceitar uma redução de pena com base no que ele tem a contar. A informação de que Delcídio decidiu jogar a toalha causou calafrios em gente graúda no Planalto. E a razão disso não é exatamente porque se trata de um ex-líder do governo no Senado, com trânsito livre com Dilma Rousseff e a cúpula do governo. Os temores, bastante justificáveis, encontram lastro na vasta experiência que Delcídio acumulou na própria Petrobras e seu papel protagonista em alguns dos negócios mais cabeludos envolvendo a estatal nas últimas décadas. Delcídio tem muito a contar.

Em seu extenso currículo de negócios agora suspeitos, o senador do Mato Grosso do Sul, por exemplo, é apontado como um dos padrinhos da indicação de Nestor Cerveró para o cargo de Diretor Internacional da Petrobras. De acordo com investigações da força tarefa da Lava Jato, Delcídio seria um dos beneficiários das gordas propinas distribuídas após a compra da Refinaria Pasadena, nos Estados Unidos, e poderia descrever uma suposta participação da presidente Dilma no negócio. Apenas ele teria recebido algo como US$ 1,5 milhão. Delcídio do Amaral também é apontado como um dos destinatários de valores desviados de contratos de locação de navios-sonda, uma negociata que também envolveria o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o senador Jader Barbalho (PMDB-PA). Delcídio é, ainda, o cupido que aproximou o pecuarista José Carlos Bumlai, outro preso pela Lava Jato, do ex-presidente Lula.

Antes mesmo de fechar o acordo de delação, Delcídio já começou a falar. Em depoimentos dados à Polícia Federal, o senador citou a presidente Dilma Rousseff algumas vezes. Afirmou, por exemplo, que Dilma conhecia Cerveró de longa data, desde os tempos em que era secretária de Energia do Rio Grande do Sul, na gestão de Olívio Dutra. Ex-tucano, o senador também teria citado casos de corrupção ocorridos na Petrobras durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando ele comandou a diretoria de Gás e Energia na estatal. De acordo com o próprio Cerveró, Delcídio também tem detalhes da distribuição de propina pela Alstom nos governos tucanos. Como se vê, se Delcídio falar o que sabe não terá muitos problemas em conseguir ir para casa com uma tornozeleira eletrônica.

O governo passou o dia seguinte à prisão de seu líder no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), encolhido. Sem estratégia clara para reagir, não conseguiu mostrar que “a vida segue”, como pretendia. O Congresso tende, por inércia, a parar em quase tudo relativo à economia. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), até aqui arrimo legislativo do Palácio do Planalto, começa a dar sinais de distanciamento. A percepção geral é de que o melhor já passou e o pior ainda está por vir.

No radar do mundo político, a crise voltaria a dar o ar da graça a partir de fevereiro, mas a operação de quarta antecipou esse calendário.Antes de receber seus advogados na Polícia Federal, Delcídio dava sinais de que poderia colaborar com as investigações. Não se sabe se mudou de ideia ao ter contato com sua defesa.

A inédita prisão de um senador em exercício, o petista Delcídio do Amaral (MS), sob a acusação de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato, espalhou apreensão em Brasília. Enquanto parte dos 37 políticos com foro privilegiado investigados pelo esquema temem ter o mesmo destino de Delcídio, outro grupo, os que ainda são aliados de Rousseff, sem falar do próprio Planalto, preveem dias difíceis com o desenrolar imprevisível da apuração e paralisia nas votações do Congresso consideradas urgentes para o Governo.

“Quem deve com certeza tem medo do que pode acontecer nos próximos dias. Esse não é o meu caso, mas sei que a cada dia o clima de suspense aumenta por aqui”, afirmou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), um dos deputados alvo da operação. “Aqui está um clima de cada um por si. Todos só pensam em salvar a si mesmo”, disse reservadamente outro parlamentar.

Há 13 investigados pela Lava Jato no Senado e 24 na Câmara, incluindo os dois presidentes de cada Casa, Renan Calheiros (PMDB-RN) e Henrique Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Todos contam os dias para terem seus casos concluídos pelo Ministério Público Federal, enquanto, no Planalto Central, ainda ecoam as palavras da ministra do STF Cármen Lúcia durante seu voto favorável à prisão de Delcídio. “Houve um momento em que a maioria de nós brasileiros acreditou num mote segundo o qual uma esperança tinha vencido o medo. Depois, nos deparamos com a ação penal 470 [o mensalão petista] e descobrimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança. Agora parece-se constatar que o escárnio venceu o cinismo. O crime não vencerá a Justiça”, escreveu ela. O recado aos políticos foi direto: “Não se confunde imunidade com impunidade”. (Agência de Notícias)

Por Marina Dias / Folha

Aconselhada por seu núcleo político mais próximo, a presidente Dilma Rousseff decidiu que o governo não deve atacar nem isolar completamente o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso nesta quarta-feira (25) na Operação Lava Jato por tentar obstruir as investigações. Segundo a Folha apurou, o governo teme que Delcídio use, nas palavras de um ministro, “até mesmo de mentiras” para atacar diretamente o Palácio do Planalto e, por isso, a ordem é ter cautela.

Auxiliares de Dilma foram avisados na noite de terça-feira (24) sobre a prisão do senador. Ao tomar conhecimento dos fatos, a presidente demonstrou preocupação com o efeito que isso teria sobre votações importantes no Congresso e sobre sua imagem e a de seu governo.

Delcídio era um dos principais articuladores do governo no Legislativo, com trânsito entre parlamentares da base aliada e da oposição, e participava da maior parte das reuniões de coordenação política do Planalto, realizadas às segundas-feiras e comandadas pela presidente.

REUNIÃO NO PLANALTO

Horas após a prisão do senador, Dilma reuniu em seu gabinete no Palácio do Planalto os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Jaques Wagner (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Edinho Silva (Comunicação Social) para fazer uma avaliação do cenário.

Após examinar o conteúdo das falas de Delcídio, gravadas em um áudio entregue à Procuradoria-Geral da República, Dilma ordenou que, oficialmente, o governo dissesse que foi “surpreendido” pelos fatos e defendesse “a autonomia das investigações”.

POR CONTA PRÓPRIA

Auxiliares da presidente ressaltaram que o conteúdo das falas do senador deixava claro que o senador “agia por conta própria” e não “a mando do governo federal”.As conversas de Delcídio foram gravadas e entregues à PGR por Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, também preso na Operação Lava Jato.

Segundo interpretação dos investigadores, Delcídio queria impedir a delação premiada de Cerveró, fechada pelo ex-executivo da estatal em troca de redução de pena.Nas conversas, o senador cita, entre outros nomes, Dilma e o ministro da Justiça, em contextos diferentes que, segundo Cardozo, não condizem com a verdade.

UM NOVO LÍDER

Preocupada com o andamento de votações no Congresso, como a que estava marcada para esta quarta sobre a alteração da meta fiscal, Dilma escalou Berzoini para iniciar as negociações que resultariam na substituição de Delcídio na liderança do governo no Senado.

No fim da tarde, porém, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência divulgou nota para informar que o novo líder do governo na Casa será escolhido somente na próxima semana.Até lá, respondem interinamente pelo cargo os vice-líderes Telmário Mota (PDT-RR), Wellington Fagundes (PR-MT), Paulo Rocha (PT-PA) e Hélio José (PSD-DF).

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki informou nesta quarta-feira (25) que a Procuradoria-Geral da República relatou, em documento enviado à corte, que o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), ofereceu R$ 50 mil mensais ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para que ele não fechasse acordo de delação premiada ou, se o fizesse, não citar o parlamentar.

Delcídio foi preso na manhã desta quartaem Brasília pela Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato, segundo os investigadores, por estar atrapalhando apurações. Além dele, também foram presos pela PF o banqueiro André Esteves, do banco BTG Pactual, e o chefe de gabiente de Delcídio, Diogo Ferreira. Há também mandado de prisão do advogado Édson Ribeiro, que defendeu Cerveró. Como ele está nos Estado Unidos, a PF pediu ao STF a inclusão.

Após a prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS), o Palácio do Planalto e o PT já começam a discutir um nome para substituí-lo na liderança do governo no Senado. Ainda atônitos com o que ocorreu, os senadores do PT se reúnem nesta quarta-feira para avaliar a situação do correligionário. O senador José Pimentel (PT-CE), atual líder do governo no Congresso, deve acumular as duas funções temporariamente. Ele já teria sido chamado para conversar com a presidente Dilma Rousseff sobre o assunto. A prisão de Delcídio acontece num dia importante para o governo, que esperava votar nesta quarta-feira, o projeto de alteração da meta fiscal. O mais provável, diante do clima de instabilidade, é que a sessão do Congresso seja adiada. do nome dele no alerta vermelho da Interpol.

Zavascki leu em sessão do tribunal o relatório da PGR que serviu de base aos pedidos de prisão.Segundo Zavascki, o relatório da PGR afirma que os valores prometidos a Cerveró seriam repassados à família do ex-diretor da Petrobras por meio de um contrato fictício entre o advogado Edson Ribeiro e o BTG Pactual, do banqueiro André Esteves. (Veja/Estadão)

 

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